quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

"Só a Ditadura nos pode salvar."

Segundo Oliveira Marques, no seu livro "História de Portugal", 3.º volume, a propósito dos problemas relacionados com a administração portuguesa em inícios do século XX, "Só a Ditadura nos pode salvar". Com efeito, a 1.ª República deparou-se com inúmeras dificuldades e obstáculos, dos quais se salientaram:
1. os monárquicos, desejosos de impôr o regime político anterior;
2. o clero, desgostoso com as medidas tomadas pelos republicanos no que toca à religião;
3. as classes médias, que solicitavam insistentemente aos militares repusessem a ordem pública devido às greves, pois se os trabalhadores estavam em greve, não havia mão-de-obra para trabalhar, logo essencialmente a burguesia não ganhava lucro;
4. as constantes substituições do governo, que, em 16 anos, se contaram 46;
5. as violentas sessões parlamentares, das quais resultavam frequentemente cenas de pancadaria, discussões violentas e desafios para duelos.
Além do mais, a vida estava "cara" e não havia dinheiro. Os trabalhadores recebiam salários mínimos e estavam fartos de promessas do governo que não eram cumpridas.
Finalmente, respondendo aos apelos do povo (das classes médias em especial) um grupo de militares, liderados pelo general Gomes da Costa, fez uma revolta que acabou com a 1.ª República (28 de Maio de 1926). Passou a vigorar uma ditadura militar. A ditadura é, portanto, o contrário de democracia: na ditadura, os vários poderes políticos encontram-senas mãos de uma só pessoa, o ditador.
"Só a Ditadura nos pode salvar". Para o povo, a ditadura era a única forma de acabar com a anarquia que, de certa forma, se havia imposto spbre a 1.ª República; era necessáeio restaurar a ordem.
Entre os novos dirigentes políticos destacou-se o até então professor da Universidade de Coimbra, A ntónio de Oliveira Salazar, que ocupou a pasta das Finanças e que se tornou, mais tarde, num ditador que governou durante quase 60 anos.

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