domingo, 30 de dezembro de 2007

Na Estrela Polar

Quando acordou viu que se encontrava na Estrela Polar. Ao longe, a Terra, um minúsculo pontinho igual a tantos outros pontinhos pertencentes a algo que se chama Universo e a que vulgarmente chamamos estrelas.
De repente, a estrela começou a girar sobre si própria. Girava, girava, cada vez mais depressa. E lançou-se no vácuo.
E a menina viu todas as galáxias e todas as estrelas. Depois, a estrela deu meia-volta e voltou para o seu lugar no céu nocturno, na cauda da Ursa Menor. E a estrela contou a história das constelações da Ursa Maior e da Ursa Menor. Era a história de uma mãe que estava a morrer de frio com o filho pequenino no colo. Quando ambos morreram, entraram ambos no céu sob a forma de constelações: a mãe como Ursa Maior e o filho como Ursa Menor. A menina achou a história fascinante. E, quanto mais a estrela contava, mais fascinada a menina ficava.
Mais tarde, a menina pediu à estrela:
- Mostra-me o Sistema Solar...
E a estrela mostrou todos os planetas do Sistema Solar à menina, os já descobertos e os que estavam por descobrir. Depois a menina pediu:
- Estrela, estrelinha, agora leva-me à Terra. Quero ver a minha rua.
E a estrela rumou em direcção à Terra. Circundou-a várias vezes até que penetrou na rua da menina. A menina abeirou-se de uma janela: a mesa estava posta com copos de cristal, talheres de prata e um enorme perú sobre a mesa estava mais assado do que a menina alguma vez vira. Ao pé da lareira, o presépio.
E a menina viu como seria o Natal do sapateiro que morava no fim da rua, da costureira que morava ao dobrar da esquina, do corregedor que morava no terceiro andar e da empregada de limpeza que tinha truta, arroz e frutos secos para o jantar.
Depois, a Estrela Polar saiu da Terra e partiu em direcção ao Sol...
... A estrela deixava atrás de si um rasto de fogo e luz. Então, a menina abriu os braços.
- Sim, vamos, Estrelinha! Em direcção ao Sol!...
E depois tornou:
- Quero ficar contigo para sempre!...
Mas, de súbito, estacou. E murmurou:
- Mas... e o meu Natal? Estrela, estrelinha, leva-me para casa...
Então, a estrela deu meia-volta e voltou a rumar em direcção à Terra. Voltou a penetrar na mesma rua, abeirou-se da janela e depositou, suavemente para não acordar, a menina na cama. Depois, tomou caminho em direcção ao Universo...
Na manhã seguinte a menina esteve calada e pensativa. Os pais perguntavam-lhe se estava doente. Mas a menina abanava a cabeça, dizendo que não.
Finalmente chegou a noite, a noite de Natal. E a menina, a meio da festa, confidenciou à mãe:
- Ontem à noite estive na Estrela Polar.
- Na Estrela Polar?
- Sim.
- Como foi isso?
- Fácil! Das costas saíram-me duas asas de prata...
Depois, a menina afastou-se para ir ter com o gato de olhos de quarto minguante. A minha filha sonha, sonha... pensou a mãe. Não pretendo desacreditá-la.
Então a mãe dirigiu-se para a varanda.
Quando olhei ela já lá não estava. Então, também fui para a varanda.
Olhei para a rua coberta de neve. Nem sinal dela. As árvores erguiam no céu os recortes dos seus troncos nus. Ao longe a Estrela Polar.
Primeiro foi uma aragem fresca. Depois, começou a nevar.
A neve caía sem ruído no manto branco que cobria o jardim.
De súbito, apareceu a mãe. Fora procurar o gato que se tinha perdido.
Observámos a neve durante um bocado.
Depois saí da varanda para me dirigir ao terceiro andar, à sala de baile, onde todos já se encontravam. O segundo andar já estava deserto.
Foi tudo muito rápido. Primeiro, um ruído. Depois uma luz. Então, olhei para a varanda.
A mãe já lá não estava. Mas podia jurar que, naquele momento, das costas tinham-lhe saído duas asas de prata e que tinha tomado a direcção do Universo, rumo à Estrela Polar...

sábado, 29 de dezembro de 2007

O pintor

Noite de Natal de 1822. Há festa nas ruas da animada cidade de Viena. Ouvem-se risos e um riso mais estridente que os outros dilacera o ar como uma espada afiada, deixando escorrer o sangue da noite: o eco.
As famílias reúnem-se durante a noite de Consoada: abençoam o pão, a alegria de estarem juntos. As crianças olham, extasiadas, os copos de vidro sobre a mesa, os presentes, as cores por que é composta uma árvore de Natal.

Mas, algures numa casa dos arredores da cidade, uma menina pequenina olha a noite. Mas o seu penaamento está mais longe. Não se limita a olhar e pensar nos limites que os olhos lhe proporcionam ver através do vidro de uma das janelas do orfanato. Olhava a Lua. Será que o pai também está a olhar a Lua? interroga-se. E, ao mínimo sinal afirmativo, o rosto triste e doente da pequena abre um caloroso e tímido sorriso. Sorri. No entanto, por detrás daquele sorriso, aberto e inocente, esconde-se a dor.


E o pai estava. E o pai estava a olhar a Lua. Injustamente acusado de ter assassinado a esposa e os dois filhos mais velhos, é mantido há cerca de sete anos dentro das paredes frias e sujas de uma prisão. "A pequena teve sorte" comentavam as pessoas "estava na escola". A menina sabia que o que diziam do seu pai não era verdade, a menina sabia que ele era inocente. Mas as outras pessoas não sabiam...


O pai senta-se no chão e pega nas tintas e pincéis que lhe iam dando por caridade. E, com todo o sentimento, pinta a Lua.
"Que pintas?" pergunta um guarda.


"A minha filha" responde o prisioneiro "sei que, precisamente neste momento, está a olhar para a Lua. E, por essa razão, quando sorri, a Lua sorri. Quando chora, a Lua é como que chorasse."


"E como está a tua filha agora?" perguntou, secamente, o guarda.


"Está triste. Espera, agora sorriu."


O guarda solta uma gargalhada e aproxima-se de outro guarda.


"De que te ris?" pergunta o segundo.


"Do prisioneiro da cela 26. Eu sempre o achei maluco, mas nunca pensei que chegasse a tanto. AFianço-te, meu amigo, estes sete anos que passaram deram-lhe a volta à cabeça. E quando sair, isto é, se algum dia voltar a sair, antes de ter tempo de se ver lá fora, já se encontra num hospital psiquiátrico."


O pintor já pintou a Lua. Vai e junta-a a outros tantos desenhos que fez a aguarela durante os últimos sete anos. Todos os desenhos representam as mesmas coisas, ou seja, recordações. Num, observa o parque da cidade com as suas flores. Noutro, a sua casa. A esposa e os filhos sorriem à porta. A esposa que nunca matou. Puxa de outro desenho, desta vez realizado a carvão, que representa os rostos de todos os membros da família, toda reunida. No desenho seguinte pintou o panorama que se via da sua varanda. Noutra, campos sem fim. E imagina-se de mão dadas com a família, a correr na relva fresca e verde da paisagem. De repente, a filha mais nova trar-lhe-ia um pequenino passarinho que caiu do ninho. Iam todos a levá-lo para casa, para debaixo das penas quentes da mãe. Uma vez conseguido e valido o esforço, ficariam todos contentes e os filhos mais pequenos pôr-se-iam a cantar e a dançar à volta da árvore, ora de mãos dadas, ora a bater palmas. E, para o passarinho adormecer mais depressa, cantariam canções:




É de noite e a mãe


vai ter com o filho à cama


adormecer com canções


o menino que tanto ama.




Sorriu, face a este pensamento. E assim ficou largas horas a olhar para a paisagem como se, de um momento para o outro, fosse mesmo correr, dançar, bater palmas e cantar canções para um passarinho caído no chão.


Eram isso mesmo os seus desenhos: uma janela aberta para o mundo.




* * *




Quando, na manhã seguinte, deram com ele morto, debruçado nos seus desenhos, ninguém soube dar uma explicação credível até à chegada do médico: disse que, possivelmente, devido ao facto de o cadáver mostrar poucos agasalhos, teria morrido de frio e fome. As pessoas circundantes, apesar de continuarem a crer que ele tinha morto a esposa e os filhos, condoeram-se. "Como vamos dizer à pequena?" interrogavam-se uns. "Com certeza ela não terá pena de alguém que a deixou na situação em que se encontra!" respondiam outros mais maldosos. "Coitado, quem poderia adivinha que, uma vez lá metido, nunca mais de lá saía?" De facto, faltavam apenas duas semanas para a sua libertação. Mas de que lhe adiantava? Nunca mais recuperaria a sua dignidade perante a sociedade. Um velho sábio disse: "Apesar de tudo o que foi a cusado, foi suficientemente digno para morrer na Noite de Natal! É um sinal! Ele estava inocente!". Mas ninguém acreditou até à captura do verdadeiro autor do crime, apanhado poucas horas depois numa taberna, a beber.




Todas as pessoas se condoeram. Todos o lamentavam. Lamentavam a sua morte, a injusta morte de um inocente. Havia choros, lamentações. Lamentações desnecessárias! Para quê chorar? Nesse momento encontrava-se ele nos seus campos sem fim, de mãos dadas com a família, a orrer, dançar, bater palmas e cantar canções para um passarinho caído no chão.




* * *




Findo o jantar, todos os órfãos se levantam e se vão deitar. Só a pequena ficou.


"Querida, então, não vais para a cama?" pergunta alguém.


"Não. Estou à espera do pai. Ele disse que, pela noite de Natal, me viria visitar..."


"Não adianta a espera. Vai-te deitar." respondeu-lhe, tristemente, a encarregada.


"Mas ele não me encontra..."


"Vai para a cama, Teodora..."


"Ele disse que vinha, logo vou esperar por ele."


"Mas ele não vem!" berrou a encarregada. Estava fora de si.


A pequena, com lágrimas nos olhos, sobe as escadas em direcção ao quarto. A encarregada deixou-se ficar: sentia-se pequenina, muito pequenina. Sentia-se impotente, completamente incapaz...




* * *




Já é noite cerrada. Tedora, deitada na cama, ouve os ruídos dos cães na rua. E espera, paciente... E, tempos mais tarde, já estendia as mãozinhas pequeninas ao pai que como prometera, a tinha ido visitar.




"Pai, vieste! Eu sabia que virias! Mas demoraste tanto tempo..."


Calou-se pois, aqui, o pai encostava o dedo indicador nos lábios, para que fizesse silêncio.




Não há nuvens no céu. E as estrelas brilham tanto, tanto, que, para apequena, brilham mais que o Sol. Cantam os grilos Não passa ninguém na rua. Paira o silêncio. É, sem dúvida, uma noite mágica.


"Pai... conta-me uma história como a mãe fazia..."


E o pai, com indizível ternura, começou a contar...

quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

É do consenso comum de que...

... o Natal é a ocasião em que se celebra o nascimento de Cristo. Mas será só de Cristo? Porque terá de ser apenas isso? Podemos fazer melhor! Façamos do Natal o nascimento de cada um de nós...
Porque todos temos sempre outras oportunidades, não uma, não duas, mas as oportunidades que a Vida nos dá para corrigirmos os nossos erros.
Como respondeu uma vez Jesus a Pedro quando este lhe perguntou quantas vezes este havia de perdoar o seu irmão: 'Não te digo sete vezes, mas setenta vezes sete'...
Agarra a oportunidade!
Feliz Natal!

quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

Boas Festas

São os votos que desejo a todos nesta época do ano e um bom 2008, cheio e alegrias. E lembrem-se que "alegrias partilhadas são alegrias ao dobro; tristezas partilhadas são tristezas pela metade.".


Gabriela Caldeira de Sousa

Portugal, país solar

Olá! Espero que tenham passado um óptimo Natal!
Hoje não vou falar de Natal nem de Ano Novo que, na certa, já devem estar com os ouvidos cheios disso. Como tinha dito num texto anterior, ia continuar a questão dos assuntos ambientais mais tarde. Por isso, antes vou partilhar convosco um texto que me saiu no teste de Geografia deste ano, tirado no jornal Expresso de 19 de Setembro de 1998:
"Nesta Europa, onde o Sol quando nasce é para todos, Portugal faz figura de menino rico, ocioso e esbanjador. O Sol serve-lhe apenas para bronzear. Mas enquanto tostamos ao Sol, lembremo-nos que, se não apostarmos nas energias renováveis, nalgum futuro não poderemos resfriar à sombra. Insólito é que o nosso país, sendo um dos que tem mais horas de exposição solar por ano, seja o que menos desenvolve o uso de energia solar e menos a estimula fisicamente.
(...) Os alemães têm a climatização das suas habitações cada vez mais auxiliada pela energia solar e pelo rigor de aplicação de isolamentos. Até mesmo (...) a Grécia sabe, pelo menos, aproveitar as benesses da Natureza: instala anualmente mais de 200 mil metros quadrados de painéis solares. Em Portugal são apenas cerca de 10 mil metros quadrados."
As vantagens de valorização económica da radiação solar são muito diversas. Apesar disso, a sua pouca aproveitação deve-se, como frisa o texto, à falta de consciência das pessoas para um problema mundial, como sendo o aquecimento global, mas também À falta de informação por parte das pessoas.
Também é difícil inseri-la nos padrões estabelecidos na construção civil e a sua colocação implica um custo elevado. Sim, mas que a vida não é um mar de rosas já todos sabemos. Temos sempre que pagar um preço. E se deixássemos de olhar para a negatividade e víssemos de um lado positivo? Está bem que a sua colocação é cara, mas, a partir de aí, os custos de manutenção são muito baratos; é limpa, segura e não poluente; reduz a dependência dos combustíveis fósseis, como o petróleo; poupa energia e, por conseguinte, é mais económica.
No entanto (e vou fazer de novo uso do documento) concordo e acho incrível que, sendo nós um país que tem muitas horas de exposição solar por ano, aproveitemos tão pouco essa energia renovável.
Bem é tudo por hoje. Desejo-vos, no fim, um novo ano cheio de felicidade e alegria!
Nota: (se leram o texto anterior) e as prendas? Intactas? Eu avisei...

terça-feira, 25 de dezembro de 2007

Atenção!

Avisam-se os leitores deste aviso que, até ao dia 25 de Dezembo de 2007, devem procurar manter as chaminés limpas devido à tão esperada visita do tão conhecido senhor de barbas brancas e fatiota vermelha, vulgarmente chamado de Pai Natal. Não esquecer as meias penduradas na lareira, caso não queiram encontrar as vossas prendas espalhadas pelo chão, correndo assim o risco de sofrerem certos estragos, cujo dador não se responsabiliza por acontecerem.

Pede-se também que abandonem o velho hábito de deixar para o Pai Natal um copo de leite e bolachas, variando a dieta para uma chávena de café (quem não dorme durante uma noite inteira bem precisa) com uma fatia de pão-de-ló (sabe Deus quanto tempo ficará sem uma refeição decente).

Peço desculpa pelo incómodo. Um Feliz Natal e Próspero Ano Novo!

Gabriela Caldeira de Sousa

segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

Les nouvelles technologiques

Avec le passage du temp les Technologies ont souffert une lente évolution, plus rapide depuis quelques années. Mais cette évolution n'a pas seulmenet des avantages: c'es bien qu'avec des nouvelles technologies on pourrait traiter certaines maladies. La revolution des moyens de communication est aussi très importante. Mais sera que nous avons le droit de préjudiquer notre planète à cause des résultats de cette évolution démésuré? N'est pas la évolution démésuré, mais la quantité de nouveaux objets et machines qui est préjudicielle. À cause du petrôle, nous avons la mer pollué, parfe que les navires nécéssitent d'amélioraments pour eviter ça. Nous avos aussi pollution visuelle, la pollution sonore et la déflorestation parce que les cités sont plus large qu'a quelques années. Il a un nombre imense d'animaux qui peuvent disparaître à cause de la déstruction de leurs habitats.
Nous pouvons avoir des moyens de transport, de maison plus riches... mais nous nécéssitons de nôtre planète et c'est ça nôtre meilleur richesse, parce que nôtre planète est unique.

sábado, 22 de dezembro de 2007

O pardal

No alto da montanha, escondido nas ervas, o pardal dorme. De cada vez que sonha, é acordado pelo uivar dos lobos. E não pode sonhar.


Levanta-se, toma banho e arranja as penas. Esmera-se na aparência para quando a águia-real descer do topo da montanha coberta de neve.
Desde sempre o seu coração sentira uma paixão silenciosa pela águia-real. Mas ela era tão grande e ele tão pequeno!... Não seria capaz de enfrentar o frio da montanha gelada, ainda que lhe apetecesse, para ir ter com ela; se a águia-real tinha fama de boa cantora, ele, o pardal, animalzinho pequeno e sem importância, por muito bem que cantasse, não tinha fama nenhuma. Habitante da montanha gelada, a águia-real conhece a Primavera, o Verão e o Outono, mas também conhece o Inverno gelado do topo da montanha. Ele, o pardal, não conhecia o Inverno. Assim sendo, o pequeno pardal não possuía nenhuma característica comum à sua amada, a grande águia-real, que tornasse menos insignificante o seu amor.
- Ah, se eu fosse uma águia-real! – Suspirava antes de ser acordado pelo uivar dos lobos.
Se ele fosse uma águia-real, poderia ir ter com a sua amada ao topo da montanha.

Numa Primavera, a águia-real não aparecera. Passou o Verão e o Outono e nunca mais se vira a águia-real. O pardal ficou desesperado! E, uma noite, encheu-se de coragem: decidiu subir ao topo da montanha gelada para a voltar a ver.

Apesar do frio e do vento cortante, o pequeno pardal continuou sempre a subir, sempre a subir…
Quando o Sol acordou, o pardal tão pouco ou nada aqueceu. Sentia-se cada vez mais gelado e fraco: agora conhecia o Inverno, tal como a águia-real.
Exausto, caiu na neve. Ferido e gelado, começou a cantar. Os animais da neve, timidamente, espreitaram por entre ela: agora também cantava, tal como a águia-real.
O pardal arrastou-se na neve. E, num último esforço, alcançou o topo da montanha: fora capaz de enfrentar o gelo, tal como a águia-real.
Na sua tentativa de encontrar a águia-real, o pardal conheceu o Inverno, cantou e enfrentou o gelo. Só havia uma coisa que ele ainda não era para se tornar à altura da sua amada e tornar menos insignificante o seu amor: uma águia-real.
Do alto da montanha gelada, o pardal sentia-se grande, tal qual uma águia.
Primeiro, começou por não sentir as asas. Depois, veio o sono. Ao menos, não tinha os lobos, pensou. Estendeu-se na neve. E adormeceu. Nos seus sonhos, ele era uma águia-real.
No dia seguinte, a águia-real voltou a aparecer na montanha para ver os outros animais. O que lhe tinha acontecido, ninguém perguntou: como fazer perguntas a alguém tão importante? Chegados a este ponto, não valia a pena meter-se na vida alheia, ainda que se quisesse. Todos davam vivas pelo regresso da águia que conhecia o Inverno, cantava e enfrentava o gelo. E o pardal? Não estava lá. Ninguém se lembrou.


No alto da montanha, escondido na neve, o pardal não mais acordou. Os lobos não o acordam, mas peço ao vento que não o acorde também; que o deixe ser na morte a águia-real que nunca foi na vida.

O meu ideal

Olá!
Hoje não me resta tempo para muito, até porque é meia noite e quarenta e sete.
Apenas me vou dar ao luxo de fazer uma breve alusão a uma frase que li nas aulas de educação moral e religiosa católica do 9.º ano.
A frase é muito simples. Restringe-se a isto: "O momento culminante da libertação universal foi a hora da morte e ressurreição de Jesus". Isto porque Jesus deu a vida na cruz para nos libertar do pecado e sermos livres a viver com Deus-Pai o perdão que Ele nos dá e, tal como Ele, após o perdão de Deus, renascer de novo para não voltarmos a cometer os mesmos erros.
Sei que se aproxima o Natal: afinal, estamos a 22 de Dezembro. Mas não podemos falar de Vida sem falar de Morte também.
Deixo para terminar a mesma frase em detaque para que, por uma vez, mais que seja eu a fazer-lhe alusão, sejam as pessoas a darem-lhe um significado pessoal.
"O MOMENTO CULMINANTE DA LIBERTAÇÃO UNIVERSAL FOI A HORA DA MORTE E RESSURREIÇÃO DE JESUS."

sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

A menina dos caracóis loiros

Por entre fadas e dragões, bruxas e ninfas do rio, assim vai a menina dos caracóis loiros. As árvores da floresta murmuram o seu nome. O Sol da madrugada canta os seus cabelos. As nuvens do céu vêem-na junto aos rouxinóis.

Era de noite. A menina dormia por entre as flores de um prado verde, agora da cor do céu e na qual as flores eram as estrelas.

Um rouxinol canta. A menina levanta-se. Nunca tinha ouvido um rouxinol cantar à noite. E, com o seu vestidinho branco, a menina dos caracóis loiros abandonou o prado verde, deixou as suas flores e procurou o rouxinol. Andou, andou, andou toda a noite. Andou todo o dia que se seguiu. Ainda ouviu vários rouxinóis, mas nenhum a menina quis: nenhum outro cantava tão bem como o seu rouxinol.
Na noite seguinte, o rouxinol voltou a cantar. E a menina acelerou o passo.
Ao longe, uma coruja pia no ramo de uma árvore. E a menina, sentindo-se perto, mete-se pelo meio de umas árvores baixas e afasta-lhes os ramos…
… Durante noites a fio a menina ouviu cantar o rouxinol. De dia, tocava nas suas penas suaves e ruivas e cantava com ele. De noite, também não dormia, porque preferia ouvir cantar o rouxinol. Tanto foi assim que, um dia, cansada, adormeceu.
A menina dormiu durante três dias e três noites. E, quando acordou, não encontrou o rouxinol.
E chorou. E, depois de ter chorado, procurou o rouxinol por toda a Terra.
Atravessou montes e vales, passou os sete mares num barquinho, procurou em cada continente. Mas não encontrava o rouxinol.


Uma noite teve um sonho. Sonhou que se estava a esvair em sangue porque o rouxinol lhe havia aberto o peito e arrancado o coração. Durante alguns dias, a menina dos caracóis loiros ficou apreensiva com esse sonho, mas depois esqueceu-o… para mal dos seus pecados…
Depois de tanto ter procurado, finalmente regressou ao prado verde coberto de flores. No entanto, estas disseram-lhe:
- Aqui não entras. Deixaste-nos para procurar o rouxinol.
E a menina deitou-se no chão… E chorou…
De repente, o Sol cai… o prado e as flores desapareceram. Não há nem Terra, nem Céu, nem Lua, nem Estrelas. Só uma fada apareceu. E disse:
- Se quiseres voltar a ver o rouxinol, terás de me dar os teus cabelos.
E a menina dos caracóis loiros deu os seus cabelos.
- Se quiseres voltar a ver o rouxinol, terás de me dar o teu vestido.
E a menina dos caracóis loiros deu o seu vestido.
- Se quiseres voltar a ver o rouxinol, terás de me dar a tua voz.
E a menina dos caracóis loiros deu a sua voz.
- Se quiseres voltar a ver o rouxinol, terás de me dar a tua vista.
E a menina dos caracóis loiros deu a sua vista.
- Se quiseres voltar a ver o rouxinol, terás de me dar o teu nome.
E a menina dos caracóis loiros deu o seu nome!
Então, a fada transformou-se no rouxinol que sempre tinha sido. Possuidor dos cabelos, do vestido, da voz, da vista e do nome da menina, pousa-lhe no peito e, com o bico, tira-lhe também o coração.


Por entre fadas e dragões, bruxas e ninfas do rio, assim viveu a menina dos caracóis loiros. Nunca mais se murmurou o seu nome. Nunca mais se cantaram os seus cabelos. E nunca mais ninguém a viu.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

A actualidade das peças vicentinas: um teatro de ontem que se manifesta amanhã

É um pouco errado quando se diz que "o que passou, passou" ou que "águas passadas não movem moinhos", pois há assuntos que fogem à regra. Pessoalmente, eu creio que tudo o que passa tem, de certa forma, ligação com o presente.
As personagens corruptas, presentes, por exemplo, no "Auto da Barca do Inferno", não existiram somente na Idade Média. Quantos "Onzeneiros" ainda não vemos hoje por aí! E quantas "Alcoviteiras"? Aqueles que"roubam de praça" ainda não desapareceram por certo.Por esta razão é que o "Auto da Barca do Inferno" medieval se adapta ao presente: as suas personagens continuam ainda tão actuais como há cinco ou seis séculos atrás.

Chamaram ao teatro de Gil Vicente um "teatro de transição" entre a era medieval e o Renascimento. Mas eu acho que as peças vicentinas não se ficaram por aí e que, de certo modo, podem ter sempre alguma lição de moral ou ligação com a nossa geração ou gerações vindouras. É, portanto, um chamado "teatro de transição" originado na Idade Média e que vai perdurar, não só até ao Renascimento, mas até ao momento em que já não haja nenhuma lição para dar, algo que me parece muito distante.

Explicit

quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

...

Mais uma vez, trago um poema da minha colega Teresa Machado. Este não tem título. Mas, a meu ver, é digno de se pôr aqui.

Hoje acordei a pensar como ia ser o meu dia

olhei à minha volta

e vi que ia ter um longo dia de aulas

e logo me quis deitar mais um pouco

porque sabia que ia ter de enfrentar uma realidade

um sofrimento que nunca tive

mas agora tenho um sofrimento que parece infinito

um sofrimento que tem nome

que me faz chegar tarde...

Enfim, um sofrimento que mais tarde pode tornar-se alegria

Uma alegria tão forte que posso não ter palavras para a exprimir

Um sofrimento que tem nome

uma alegria que depois pode surgir...


Oh, Teresa, como te compreendo! Como te compreendo e como sei o seu nome! Mas uma diferença, comigo não é algo abstracto, muito pelo contrário, é algo real, que se pode tocar... Mas inalcançável... Ai, quem dera que fosse tudo tão fácil como pegar numa escada para alcançar as estrelas!...

terça-feira, 18 de dezembro de 2007

"Sem a atmosfera a vida na Terra não seria possível"

Olá, voltei outra vez (tenho e acabar com isto de entrar e sair, mas o facto é que não tenho andado bem)!
No ano passado, na aula de Geografia, vi-me deparada com uma afirmação que nem muita gente sabe, até porque não encaixam na cabeça os problemas relacionados com a poluição: "Sem a atmosfera a vida na Terra não seria possível". E digo bem: se as pessoas se dignassem a pensar sobre o assunto, talvez não teimássemos a tornar cada vez maior o buraco na camada de ozono! E porque é que esta afirmação é verdadeira? Para aqueles que não sabem, deixo hoje uma breve nota explicativa.

"Sem a atmosfera a vida na Terra não seria possível". Isto porque os gases constituintes na Terra e que possobilitam a existência de vida encontram-se lá. 21% de oxigénio e 78% de azoto, aproximadamente. Os restantes 1% são outros gases igualmente importantes. Além do mais, a atmosfera permite que fique retido umpouco do calor emitido pelo Sol, mantendo a Terra quente, mas sempre a uma temperatura constante (o que não tem vindo a acontecer nos últimos anos). Também impede possíveis meteoros de colidirem com a Terra.

Mais uma vez não me sinto em condições de continuar. Mais tarde voltarei a pegar em assuntos ambientais e de uma maneira não tão científica. Até lá!

segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

domingo, 16 de dezembro de 2007

De volta!

Olá, estou de volta!
Precisei de um dia de férias para me recompôr.
Hoje, não trago um texto da minha autoria nem qualquer outro documento histórico; antes um poema de uma amiga minha de música que toca órgão e guitarra e que dá pelo nome de Teresa Machado.
UM DIA HORRÍVEL
Um dia acordei
Abri um olho, depois o outro
Levantei-me da cama
E olhei pela janela
E vi que o mundo naquele dia
Não era tão belo como nos meus sonhos:
Estava cinsento, chuvoso,
Parecia que o mundo estava a chorar.
A chorar por um amor perdido
A chorar por uma guerra
A chorar por uma amizade perdida
A chorar por si próprio...
Um mundo a chorar por si.
Muito realista... De facto até o mundo deve ter pena de si próprio... E nós não temos verdadeiramente pena dele, senão fazíamos algo por isso, Muita palavra e pouca acção: é isto a que o mundo está reduzido. Ao não nos preocuparmos como mundo também não nos preocupamos com nós próprios, porque nós fazemos parte do mundo e o mundo faz parte de nós: estamos interligados pela existência um do outro.

EM FÉRIAS

EM FÉRIAS

sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

"O que é sexo com segurança?"

No ano passado nas aulas de Ciências Naturais houve uma altura em que me vi deparada com a seguinte questão "O que é sexo com segurança?"
Sexo com segurança é, antes de mais, estar informado. Conhecer as principais medidas de segurança é meio caminho andado para evitar uma gravidez indesejada. No entanto, ainda resta a vontade por parte das pessoas de as pôr em prática, algo que nem sempre acontece, por várias razões, com sendo esquecimento, alguma preguiça ou crença ingénua de que "só uma vez" não trará grandes consequências.
Certos métodos de contracepção, nomeadamente grande parte dos mecânicos, podem também ser muito úteis no que toca a doenças sexualmente transmissíveis cujo contágio possa ser evitado, tais como a SIDA, o HIV, a sífilis, etc.
Sexo com segurança não é, em suma, conhecer os principais métodos contraceptivos mas sim estar ciente de que um deslize pode, provavelmente, mudar a vida de alguém, quando certas consequências bem poderiam ter sido evitadas com a toma de um simples comprimido ou a utilização de um preservativo.

O pássaro morto


O passar está morto
E, como ele, também eu morro aos poucos
Cada vez que recordo,
Com saudade,
A canção do pássaro morto.

O pássaro está morto
E fui eu que o segurei morto.
Não pode voar para o céu.
É escura, triste e fria
A lápide do pássaro morto.

O pássaro está morto e eu também.
Deito-me debaixo da árvore onde cantou.
As folhas caem da árvore sobre mim
E eu fecho os olhos,
Começo a sonhar…

Enquanto morro eu tenho um sonho:
Nele, as flores têm mais cor
A árvore cobre-se de folhas novas
E, inquieto e feliz na janela,
Ouço cantar o pássaro morto…

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

"Só a Ditadura nos pode salvar."

Segundo Oliveira Marques, no seu livro "História de Portugal", 3.º volume, a propósito dos problemas relacionados com a administração portuguesa em inícios do século XX, "Só a Ditadura nos pode salvar". Com efeito, a 1.ª República deparou-se com inúmeras dificuldades e obstáculos, dos quais se salientaram:
1. os monárquicos, desejosos de impôr o regime político anterior;
2. o clero, desgostoso com as medidas tomadas pelos republicanos no que toca à religião;
3. as classes médias, que solicitavam insistentemente aos militares repusessem a ordem pública devido às greves, pois se os trabalhadores estavam em greve, não havia mão-de-obra para trabalhar, logo essencialmente a burguesia não ganhava lucro;
4. as constantes substituições do governo, que, em 16 anos, se contaram 46;
5. as violentas sessões parlamentares, das quais resultavam frequentemente cenas de pancadaria, discussões violentas e desafios para duelos.
Além do mais, a vida estava "cara" e não havia dinheiro. Os trabalhadores recebiam salários mínimos e estavam fartos de promessas do governo que não eram cumpridas.
Finalmente, respondendo aos apelos do povo (das classes médias em especial) um grupo de militares, liderados pelo general Gomes da Costa, fez uma revolta que acabou com a 1.ª República (28 de Maio de 1926). Passou a vigorar uma ditadura militar. A ditadura é, portanto, o contrário de democracia: na ditadura, os vários poderes políticos encontram-senas mãos de uma só pessoa, o ditador.
"Só a Ditadura nos pode salvar". Para o povo, a ditadura era a única forma de acabar com a anarquia que, de certa forma, se havia imposto spbre a 1.ª República; era necessáeio restaurar a ordem.
Entre os novos dirigentes políticos destacou-se o até então professor da Universidade de Coimbra, A ntónio de Oliveira Salazar, que ocupou a pasta das Finanças e que se tornou, mais tarde, num ditador que governou durante quase 60 anos.

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Hoje chove

Hoje chove.
Mas talvez não seja apenas a chuva.
Talvez seja o meu coração
Que tomou o tamanho do Universo
E chora cada vez que bate.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

A união ibérica

Recentementeli a seguinte frase: "Em 1581 Portugal perdeu a sua independência, mas não a sua autonomia". Ou seja, apesar de pertencer a Espanha não deixava de ser como fora antes e ter as liberdades que tinha antes, apenas era pertencente a Espanha. Para melhor entendimento da situação, narro as promessas (muito sucintamente) feitas por Filipe II de Espanha, I de Portugal, que são as seguintes:
1. manter as tradições e costumes do rei de Portugal e portugueses;
2. manter a circulação da moeda portuguesa em território nacional;
3. os documentos oficiais em Portugal eram redigidos em português;
4. os principais cargos polítios e religiosos, em território nacional, eram exercidos por portugueses;
5. só a política externa era comum aos dois países.
Com isto podemos dizer que Portugal, apesar de propriedade espanhola, eram inteiramente livre, era autónomo.

Em tempos fui cavaleiro andante

Em tempos fui cavaleiro andante
Atravessei florestas densas,
Matei feras e monstros,
Cruzei os mares em navios,
Venci tempestades.
Em tempos fui cavaleiro andante
E pensava salvar
Damas e princesas
Das suas masmorras.
Julguei-as presas.
Mas, agora, eu percebo:
Eu é que estou numa masmorra
E ninguém me salva a mim…

A crise do império colonial português

Olá de novo! Mais uma vez, decidi-me a partilhar um documento convosco. É um excerto da "História trágico-Marítima", de Gomes de Brito e escrita em 1593. E conta o seguinte:
"Coisa lastimosa, e para chorar lágrimas de sangue, é ver a multidão de naus que, em poucos anos, se perderam por cobiça. E não é só de considerar a grande soma de riqueza que nelas correu o mar, mas também a perda de tanta gente, não só de fidalgos, soldados de grande valor, mas pilotos, mestres, marinheiros (...). Uma das causas que deita a perder as naus e o Reino, e a Índia, é a de os que navegam nesta carreira sobrecarregarem as naus e as arrumarem mal."
Este texto faz referência a um dos motivos da crise do império colonial português, que é também o ataque dos corários ingleses, franceses e holandeses às colónias e navis portugueses como forma de protesto à política do mare clausum; "...é ver a multidão de naus que, em poucos anos, se perderam por cobiça". No entanto, se formos apenas pelo que diz o texto, o motivo é mesmo este: a sobrecarga das naus.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

Perdón


Un día de otoño yo he pensado
Y, al fín, he tomado una decisión:
Yo te iria ofrecer mi corazón
Tan sufrido y de vivir cansado!
Pero, al final, yo he reparado
Que tal yo, inutile, no podría hacer
Pues mi corazón es, para mi dolor
Una piedra vana, dura, sin valor…

O Homem do Renascimento

Há uns anos, li algures uma frase que dizia assim: "O Homem do Renascimento deveria ter conhecimentos em todos os domínios". E era verdade. O Homem do Renascimento era um Homem curioso. Por isso tentava saber mais e melhor em todas as áreas do saber. Assim, durante o Renascimento, foram especialmente desenvolvidas a Matemática, as Ciências, a área da Filosofia, as artes. O Homem passa a ver o Mundo de outra maneira; com olhos de observador atento.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Forêt

Dans la forêt
J’espére le soleil
Que, tous les matins,
Fait d’un petit lac
La Lune d’un jour…

Dans la forêt,
Les arbres dancent
Et les fleurs s’agitent avec le vent
Et je m’endorme…
Et tout semble parfait…

Dans la forêt
Mes ouïs écoutent la chanson des riviéres
Et je rêve…
Et tout semble magique…

Mais rien n’est pas parfait
Et la magie n’existe pas…

Dans la forêt
Les feuilles brillent, trement
Et, avec elles, mes rêves trement aussi
Et, maintenant,
Tout semble parfait et magique
Quand je rêve que no est le soleil
Mais tes yeux que brillent en el ciel…

Et malgré ce rêve n’être pas vrai
Tout semble parfait et magique…

Et tout semble vrai,
Parce que je rêve…

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

As conquistas de Roma

Desta vez, depois de um exame de História da Música sobre música hebraica, grega e romana, decidi-me a partilhar convosco um extracto com supressões da obra de Dionísio de Halicarnasso "Antiguidades romanas". E este autor escreve que:
"Roma, pouco depois da sua fundação, começou a dominar os povos vizinhos, que eram muito aguerridos e temíveis (...). Após a conquista de Itália, Roma ambicionou dominar toda a Terra: expulsou do mar Mediterrâneo os Cartagineses, cujas forças marítimas eram consideráveis; conquistou a Macedónia, que era, nessa altura, o mais florescente e rico dos reinos existentes; e, em sehuida, nenhum povo lhe conseguiu resistir (...). Hoje, não existe ninguém, no mundo civilizado, que não conheça Roma como a senhora do Universo e que recuse obedecer-lhe."
Roma teve durante vários séculos um vasto império conquistado por todo o Mediterrâneo. Os povos subjugados forneciam a Roma as mais variadas matérias-primas, tais como o ouro, madeira, estanho, metais, escravos, mármore e animais selvagens. Já agora, por curiosidade e resposta, o assunto do dia 8 de Maio é a luta contra o trabalho infantil.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

A un muerto

Te ver así, muerto, no es sencillo,
Ni siquiera, triste, ese tu estado,
¡Ah, que es quedarse sepultado
Debajo de uno grande castillo!

En caminos llenos de soledad
Yo he encontrado dolor y muerte
Ni siquiera tú has tido la suerte
De huir de esa cruda voluntad…

Estas paredes escuchan, hablan:
“¡No existen personas que hagan
Estos pobres salir de tristura!...”

¡Ah, cuánta pena de ellas yo tengo!
Pus que así, esperanzado, vengo:
Te voy levantar de tu sepultura…

domingo, 2 de dezembro de 2007

A parábola do banquete

Com certeza já é do conhecimento comum a Parábola do Banquete. Para aqueles que não conhecem, eis um breve resumo:
Um homem mandou preparar um grande jantar. Depois, convidou todos os seus amigos. No entanto, estes inventavam desculpas para não aparecer e, por conseguinte, nenhum foi. Então, vendo que ninguém aparecia, o homem chamou um criado e ordenou-lhe que percorresse as ruas da cidade e trouxesse todos os pobre e mendigos que encontrasse para fazerem parte do banquete.
E qual a mensagem que esta parábola nos transmite?
Os primeiros convidados ao banquete são os judeus.
Eles recusaram o convite à festa porque, ou um comprara um campo, ou outro comprara cinco juntas de bois, ou ainda outro acabara de se casar. Relativamente à mensagem da parábola, os convidadosmrecusaram o convite à festa porque se recusavam a aceitar Jesus como o Messias esperado.
Os que nada podem retribuir são convidados porque os convidados anteriores recusaram o convite. Isto quer dizer que o convite de Deus estende-se a todas as nações e todas as pessoas, independentemente do seu estatuto social, étnia ou cor. Há, também, quem recuse o convite. Este exemplo defende a Igualdade entre as pessoas: todos têm direito de se sentar à Sua mesa, pois todos são pessoas. Aqueles que recusam estão no seu livre direito de o fazer: o Homem é livre de fazer as suas escolhas.
Na parábola, o homem quer encher a sua casa por causa do casamento do seu filho com a Humanidade inteira. Quer isto dizer que as pessoas são livres de se "casar" com Jesus; Jesus é o Filho que se casa com a Humanidade inteira ao vir à Terra como ser humano, é a aliança de Deus com os homens.
Este homem que prepara o banquete é, na realidade, Deus.
No projecto de Deus, a felicidade verdadeira é para aqueles que O acolhem como projecto de vida e, mesmo que não O acolham, participem no seu "banquete" ou vivam, pelo menos, como Ele manda.

Apoteose


Estoy farto, estoy lleno, estoy cansado
De la forma de cómo levo mi vida
Que, más, a más, para mí es tida
Cómo un grande y doloroso fado…

Estoy farto, estoy lleno de sufrir!
Quiero vivir en paz, así o espero.
Triste, solo, lo he tentado, pero
No hay forma de eso sinon murir…

Com todo esto yo pierco la calma!
Labaredas llegan hasta mi alma
Y estas queman mi corazón sufrido!...

En el final, lleno de dolor ardiente
Este ser puede murir finalmente
Que para el mundo nunca ha existido…

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