sexta-feira, 15 de agosto de 2008


Senhor Jesus
Tu disseste de Ti mesmo
que eras a Luz
que vinha a este Mundo
temos no meio de nós
uma luz
para nós
ela é a Tua imagem
ela é o Teu símbolo.
Ensina-nos a sermos abertos
ensina-nos a Tua doutrina
que posta em prática
arde
e ilumina tudo à sua volta
para que possamos viver
segundo teus ensinamentos...
E uma luz acesa
rodeada de escuridão
ainda mais nos fala de Ti.
Nós somos o suporte de Deus.
porque Deus prolonga-se,
actua no Mundo através de nós.
Ele precisa de nós.
E nós precisamos do seu óleo
para alimentar a nossa luz.
Amen
(Aviso os leitores deste blogue que estarei ausente até ao dia 7 de Setembro. Uma continuação de boas férias!)

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Acróstico


Reíte, Lídia, pero no creas
O cuanto mal me haces,
Buscas lo que no te puedo dar, Lídia,
Equivocas el própio destino
Resumes la existencia
Teneblosa de la plata de ayer
Oro sucio a mis sentidos...

Cuánta ignoráncia, Lídia!
Ayer has pensado que buscaba por ti
Llevaste contigo mis sueños, aseos
Dejaste sólo mi risa satírica;
Encuanto crees que me haces mal, Lídia,
Recuerda que en nada te doy valor
Oigo la calma música de las nubes y
No puedo acordarme de ti...

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

A boneca


Dois tiros...


A cidade está calma, silenciosa;
no ar, o silêncio mata
e por entre ares tóxicos e venenos
soa a sinfonia de dois tiros...


Um pássaro morto jaz no chão
Jaz sem asas e sem bico:
levaram-no os insectos
que sobrevivem na terra estéril de cinza...


Recordações, tantas vidas, tantos sonhos,
agora os incêndios iluminam a cidade
partes de corpos (do que parece) enfeitam as janelas
o rio que corre na rua é vermelho...


Dois tiros...
Uma criança...


A criança olha, em pé, consigo a boneca
e o seu coração está vazio, ferido
e o chão queimado é humedecido
por inocência vermelha que, com Sol, não seca...


Menina, criança, não chores!
A boneca, rota, deu-lha sua mãe
Mas a mãe já não está, não lhe pega ao colo
Qual deles, qual dos vultos do chão seria a sua mãe?

És um cadáver, cidade, estás morta
e contigo morrem os sonhos, esperanças,
queimem-se os vossos telhados de dor e angústia
derrubem-se as paredes sádicas e hipócritas!


Dois tiros...
Uma criança...


Cai a boneca...

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Carta possível

Hoje de manhã procurei. Espreitei em todas as ruas sem resultado; vasculhei todos os edifícios e nada encontrei; entrei em todas as salas, mas o resultado foi o mesmo.
Acabou a manhã… Mas onde encontrar?
De tarde interroguei as pessoas. Mas ninguém me soube dar informações exactas…
Dantes, era fácil: bastava sentar-me nas escadas, olhar pelas janelas ou acomodar-me em baixo delas… e pensar que, nessa altura, já achava difícil…
Por fim acabou a tarde.
À noite, olhei para as estrelas. Afinal, nunca se sabe!... Mas as estrelas são tantas e estão tão longe! Com apenas dois olhos não consegui procurar em todas as estrelas.
Acordei, em suma, profundamente triste! Em passo lento, subi as escadas de madeira escura.
Entrei na sala às escuras e escancarei a janela, para poder olhar melhor as nuvens do céu e ouvir a chuva a cair no jardim. Sentida comigo mesma, plena de remorso, arrastei o banco para trás e sentei-me. Coloquei as mãos no teclado e os meus dedos deslizaram nas teclas brancas e pretas. Como ruído de fundo, o granizo misturado com a chuva que caía na rua.
Toquei repetidamente a mesma música, até que, finalmente, compreendi. E, na minha boca, senti um sorriso.
Afinal, não era preciso procurar-te tão longe; posso encontrar-te toda a vez que os meus dedos deslizarem nas teclas de um piano.

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

No llores


No llores...

Piensa en el cielo
el cielo azul,
el cielo blanco,
el cielo negro de tempestad
que, a pesar de las nubes
no deja de ser cielo de Sol y estrellas...

No llores más...

Piensa en la tierra
la tierra negra,
la tierra roja,
la tierra blanca de arena
donde el mar llega impetuoso y violento
para volver atrás manso como cordero...

No llores más, que me haces doler...

Piensa en el agua
el agua blanca
el agua azul,
el agua verde del mar
donde todo viene y todo parte
donde podrá partir tu tristeza y venir tu alegría...

No llores más, que me haces doler el corazón...

...Pero como puede doler algo que no existe?...

(Lejos van los tiempos
en que los animales hablaban
en que el cielo fue rojo
en que no hube estrellas...
Lejos van los tiempos
en que hube una razón para existir....)

Lejos van los tiempos
en que hube una razón para llorar...

domingo, 10 de agosto de 2008

Comparação


És como uma névoa de cinza
que, cada vez que me aproximo,
mais me mata e sufoca
sem que, no entanto,
eu creia essa morte penosa...

sábado, 9 de agosto de 2008


Só tu é que nos dás a vida
Só tu é que nos dás amor
Vem ajudar os pobres e oprimidos
Vem ajudar, meu Senhor.


Tu és fonte de vida
Não deixes as pessoas andar
Por aí a guerrear
E depois, por favor, vai dar paz,
Vai dar paz a cada lar.


Nós te louvamos, Senhor
Tu és a luz que ilumina a Terra inteira.


Tu tens um grande coração
Por isso te dedico esta oração.
E há outra coisa a dizer:Deus é nosso Pai
E Tu és nosso irmão.


Amen

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Ecos do silêncio


"A palavra é de prata, mas o silêncio é de oiro..."


...


Talvez o silêncio seja uma frase completa
Talvez as palavras sejam expressão sem sentido


...


Talvez o silêncio seja a comunicação perfeita
Talvez as palavras sejam um defeito de linguagem


...


Talvez o silêncio seja a mais forte das palavras
Talvez as palavras sejam ditas em silêncio


...


Talvez o silêncio seja ouvido com o coração
Talvez as palavras sejam lidas com os ouvidos


...


Talvez estas palavras devessem ter sido escritas em silêncio


...

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Lembranças...


Por cada mal da vida, uma ventura
Que o Destino a cada um tem reservada
Mas a primeira a mim está destinada
Mais suas penas de tristeza e de tortura!...


Se para mim restam penas, amargura,
Vejo cada outra sorte ser tomada
Não por mim, de existência magoada,
Mas pelo alheio, que sempre bem figura.


Tenho saudades do tempo em que sorria
Daquele em que tenho a lembrança
Das venturas, boa sorte e alegria:


Ah, quem me dera voltar a esse dia
Essa vida de bem querer e Esperança
Dos dias de ventura em que te via!...

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

A OCIDENTE versus TODOS A OCIDENTE

Agosto, tempo de férias! Portugal, destino de inúmeros turistas do norte da Europa que procuram o nosso clima agradável face às condições climatéricas dos outros países! Algarve, parte do território nacional que cada vez mais se torna uma região estrangeira!

Vou começar pelo princípio.

Há 4 anos estive, pelo Natal, na GALIZA, Santiago de Compostela (é que não era, nem Castela, nem Catalunha, era GALIZA, onde a língua é um espanhol aportuguesado, a meu ver) e, como me deu a fome, entrei num café tipicamente do século XIX (de certeza que a idade esteve incluída no preço, se é que me faço entender, era caríssimo, soube-o no fim). Atendeu-me um empregado sorridente que perguntou o que eu queria, ao que eu respondi:
- Uma torrada.
O empregado afastou-se. E, juntamente com ele, o tempo também. Passou meia-hora, quarenta e cinco minutos, uma hora... e nada da torrada! Por isso fui ao balcão investigar. E comecei:
- Eu tinha pedido uma torrada há uma hora atrás e ainda não fui servida.
- Ah! Es que no lo hemos entendido y, por eso, nada fue hecho.
- Uma torrada?
- No comprendo.

(mas a minha frase de reclamação compreenderam bem, lá isso é verdade)

- Torrada? Pão torrado?

O empregado abanou a cabeça. E eu não sabia como havia de dizer. Por isso, atirei sinónimos:

- Pão torrado? Pão quente? Pão queimado? Não, isso também não. Pão tostado?

- Ah! Una tostada! Sí, algo más?

...

Bem, creio que já todos conhecem o típico modelo espanhol, grande orgulho pelo seu idioma e as constantes traduções de filmes pois não aceitam legendas. Tudo em espanhol, por favor, parecem dizer (no mesmo dia, no hotel em que estive, liguei a televisão e deram vários filmes ingleses... dobrados em espanhol). No entanto, há neles um sentimento que falta aos portugueses: o nacionalismo.

...

Situação totalmente diferente encontrei em Portugal. Estive no Algarve e, também devido a fome, entrei num restaurante. Peguei no menu...
Não sei se os outros restaurantes eram iguais, mas aquele menu estava em inglês! Nem português tinha! Devo dizer que perdi o apetite...
Esqueci de dizer que o Algarve é o destino preferido dos turistas (pessoalmente acho que há destinos mais interessantes e com mais cultura) nomeadamente... dos ingleses.
Pois é! O português sempre foi assim: não sei se devido a complexos de inferioridade por habitar um país pequeno e ainda por cima na cauda da Europa, o que o torna um pouco "aparte" (pelo menos ele assim o pensa) mas sei que se deixa arrastar que nem um cordeirinho pelo estrangeiro (quantos portugueses ouvimos todos os dias a vangloriar o estilo de vida estrangeiro!).
Mas sempre fomos assim. Quer dizer, os portugueses são aquelas pessoas que tentam mostrar ter muito quando não têm nada. Citarei o século XIX mais uma vez.
O século XIX em Portugal foi péssimo; fomos devastados pelos franceses, imensas pessoas partiram para outros países e vivia-se um período de miséria em que as pessoas morriam de fome na rua. No entanto, tanto pobres como ricos gastavam balúrdios de dinheiro. Em quê? Sei que parece brincadeira mas é sério, com História não se brinca, mas mais do que comprar comida com o pouco que tinha, o português gastava fortunas em... ...
...
...
... em óculos...
...
Isto é verídico. E porquê?
Porque, a seu ver, os óculos davam "classe" a qualquer pessoa e faziam-na parecer ter e ser mais do que aquilo que tinha e era. Até as pessoas com boa visão não dispensavam uma colecção de óculos para usar em locais públicos, mas sabem como é, noblesse oblige, ainda que seja não ver um palmo à frente do nariz. Aliás, isso teve influências no estrangeiro: em França, às pessoas que gostavam de óculos e tinham vários diferentes dizia-se: "Pareces um português!"... E não era uma apreciação boa, na certa...
Depois vem o acordo ortográfico. Objectivo (dizem): diminuir os erros de ortografia, tirando letras que não se lêem e adaptando a escrita à pronúncia. Como metem piada! Não é por tirarem os "h" e alguns "p" e "c" que adaptam a língua à pronúncia; daqi a pouqu tomam uma medida máix radical i mudam pur qompletu ax palavrax, mudam-nax pur inteiru, assim sim, vamux adapetar a língua à prunúncia, na exqola, agora é qe ux prufeçorex nãu vãu máix ter trabalhu a qurrijir ux errux urtugráficux. Vêem? Isto é que é a adaptação da língua à pronúncia! Mas isto eles não adaptam!
Um dia acordo, visto um fato e entorno café por cima, o que é um fato aterrador para um fato. E isto do acordo ortográfico é um fato irritante. E não só: um dia acordo e o acordo lá levou os acentos consigo.

A língua deve ser independente dos falantes e, como os seres vivos, muda com o TEMPO. A evolução da língua deve ser algo natural, até porque com o acordo perdemos grande parte da nossa herança latina e árabe.
Agora querem mudar o nome Algarve (a Ocidente) para Allgarve (todos a Ocidente). Pronúncia inglesa incluída.

Penso que devíamos urgentemente rever as nossas prioridades, com assuntos a sério ninguém se preocupa e aprender que o patriotismo não é só para o Futebol. E, se gostamos tanto do que é estrangeiro, imitá-los um bocadinho nesse aspecto, aliás, em Inglaterra há imensas cidades mas nunca vi nenhuma que se chamasse Londres...

...London, talvez...

sábado, 2 de agosto de 2008

Saudades por uma dama morta


Verdes campos, longos rios, prados floridos
Que em uma tarde amena o Sol doirou
Bem como as lembranças que o longo rio levou
Mais os sonhos que reguei em tempos idos…


Por entre cantares, pássaros adormecidos
O luzir do Sol meu coração curou
Da ausência e da saudade por quem chorou
Em dias remotos, em lugares perdidos…


E, apesar de luzir no céu o Sol brilhante
Sinto assomar em mim a cada instante
Um coração ferido e sempre triste!...


Tivesse eu podido travar tal tormento!
Que o mesmo Sol me tivesse dado alento
No dia em que de meus olhos te partiste!...

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Que acusa a crueldade de uma dama


No meio da noite triste e escura
com o disco lunar redondo, brilhante,
esperançoso, quão dúbio amante,
o terno pássaro, em vão, procura...

As horas passam; a noite continua
perdem-se as penas, os olhos, a vida
a ave jazeu, morta, perdida,
no meio da noite triste e escura...

De cálidas mãos para vil criatura
de urtigas feita, que corta e tortura
de lágrimas claras forma mil defeitos:

eis o rosto daquela que augura
que em pobres rimas mata, enclausura,
meus versos perdidos, meus sonhos desfeitos.

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