quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

O boneco de corda


Caía a neve lá fora. Nas ruas, ouviam-se os cânticos de famílias agasalhadas por causa do frio cortante. E as pessoas passavam e paravam para ouvir, esboçando um sorriso; outras, simplesmente, continuavam o seu caminho...
A rua está apinhada de táxis atarefados a transportar pessoas de um lado para o outro, às vezes até desconhecidos compartilham o mesmo automóvel, com o intento de chegar cedo para a Consoada. Duas crianças puxam as saias da mãe para que esta lhes compre um doce. Um senhor fuma cachimbo no parque A senhora solitária dá de comer aos pombos. Um jovem passa rápido de bicicleta com um ramo de flores. Aglomeram-se sons de buzinas para todos os gostos e feitios. E a árvore de Natal, no centro da praça, tão grande ou maior que qualquer outro edifício circundante, é a delícia dos mais pequenos, que a olham, extasiados. Senhores de barba branca e vestidos de vermelho distribuem prendas pequenas. O casal de namorados escorrega no gelo. E a neve caía silenciosa, morosa, conferindo um toque especial ao dia de Natal...



Na casa de tijolo e de quintal ornado com os mais diversos objectos alusivos à quadra, uma criança entra, espavorida, na sala. Estendeu uma caixa em cima da mesa e, após muito custo a tentar convencer os pais, a menina lá conseguiu abrir uma prenda mais cedo. E de lá tirou um boneco de corda, feito em madeira; vestia roupa preta e gravata. Numa mão segurava um violino e, na outra, o arco. Deu-lhe um bocado de corda... e o boneco começou a dançar em cima da mesa, enquanto tocava violino. Contente, a menina bate palmas. E, quando o boneco volta a ficar inerte, saiu da sala e foi ajudar os pais a decorar o quintal.

Não está ninguém em casa... ninguém a que vulgarmente se chame de ser animado... porque os inanimados vão fazendo a festa! Nesse momento, a vassoura encontrava-se, na cozinha, a queixar-se das bolachas ao forno, conversa coloquial, de passagem e de vassoura, que "ai, que as bolachas fazem muitas migalhas" e depois lá andava a moira, coitada, a limpar o chão que os outros pisam, que isto não podia ser e que devia tostá-las menos, que já nem a pá aguentava tanto trabalho. Nas traseiras do jardim, os abetos regalam-se com o frio, pois já era chegado o tempo e comentam o quanto sentem falta dos passarinhos, que se haviam ido embora no mês passado e que cedo voltariam e contariam as novidades. Na sala, o piano tem mais uma discussão acesa com o órgão do sótão, que responde, zangado, nos seus tons mais graves; enquanto isso, as três marionetas do sótão tapam os ouvidos sem paciência, pois há já muito tempo que o velho órgão só fazia uso da sua pedaleira para iniciar discussões... presumiam ser da idade...

No quarto, os bonecos de pano fazem rodas à volta do boneco de corda, pois este sempre era um amigo novo. Levam-no em braços e este, agora no pódio e centro das atenções, toca violino contente, dirigindo-se para a sala, enquanto um sem número de bonecos dançantes o segue quase em cortejo.

Ao pé da lareira está a árvore de Natal e, debaixo dela, o presépio. Nele, dois reis magos ajoelham-se perante o Menino-Deus, acabado de nascer, enquanto que outro de pele mais escura se mantém em pé. Aparece um pastor mais as suas ovelhas que olha, espantado, o acontecido. Ao lado, estão uma vaca e um burro normalmente tão menosprezados pelos humanos e, no entanto, ocupado uma função tão importante! Ao lado do Menino Jesus encontram-se Maria e José. E, no meio deles, um anjo de louça com vestes azuis, asas brancas e longos cabelos de ouro permanece como quem canta hinos de louvor.

Nesse momento, entra o cortejo carnavalesco pela sala. Todos os bonecos cantam e dançam. E o boneco de corda ia na frente, tocando violino.

Mas, com todo o ruído, o menino acorda e começa a chorar! Maria, então, pega-lhe ao colo e canta-lhe, baixinho. José manda calar o boneco de corda, que estava a ser inconveniente e que se mostra levemente incomodado quando vê o anjo de louça a olhar na sua direcção com um ar grave, severo e quase zangado. O cortejo, respeitosamente por quem acabara de nascer, dispersa-se. O menino volta a dormir. E o boneco de corda baixa a cabeça, embaraçado.

Nesse momento entra a menina. Pega nos bonecos de pano e leva-os para o quarto, de volta para a arca dos brinquedos. Quanto ao boneco de corda, sentou-o em cima do piano da sala.

Começa a nevar. Apesar disse, a mãe pega na menina pela mão. Veste-lhe um casaco, cachecol e luvas e, juntas, vão deslizar no gelo. E, guardando as risadas, os tombos e os sorrisos nalgo mais que a memória, está o pai a tirar fotografias.

Sentado no piano da sala, o boneco de corda olha a neve que cai de mansinho... queria estar lá fora também, a ver a árvore de Natal, andar de bicicleta e a comprar doces, pois se confessava muito guloso! E, apesar do frio, por dentro sentia um calorzinho no coração...

O boneco de corda olha para o presépio e, secretamente, desejava encontrar-se naquele momento a deslizar no gelo. E, depois de uma exibição surpreendente, daria a mão... ao anjo de louça, que permanecia com ar ausente ao pé da lareira e embrenhado nas suas canções, o que era uma ocupação muito digna, pensava o boneco de corda...

E assim chega a noite. A família prepara-se para sair e festejar a noite de Natal com os avós. A menina leva um bolo de chocolate, o preferido da avó. Comê-lo-iam no fim do jantar e depois todos se sentariam à lareira com o avô que, fumando no seu velho cachimbo, lhes contaria histórias de Natal da sua infância... sobretudo aquela do lobo, que a menina já conhecia mas não se cansava de ouvir...

Com as pessoas fora, a casa ganha nova vida. Bonecos, pá, luzes e até o próprio presépio dirigem-se para a cozinha para comer as bolachas preparadas pelo fornom para grande chatice da senhora dona vassoura! É certo que a nobreza obriga, mas até o próprio órgão do sótão pretende chegar à cozinha por entre resmungos, pois não consegue descer as escadas, enquanto dois soldadinhos de chumbo arranjam um engenho que o possa ajudar a descer. E o órgão lamuria-se que não havia de descer assim, afirmando que "burro velho não aprende idiomas" e que ele, que havia tocado nas igrejas e que tinha sido o instrumento de um grande kappelmeister, não haveria de descer tão baixo... e as marionetas dançam, perdidas de riso.

Mas o anjo de louça permaneceu mudo e quedo, sempre concentrado nas suas músicas. E o boneco de corda tampouco queria sair do seu lugar em cima do piano... para quê, se estava lá tão bem! Para ele bastava-lhe olhar o anjo de louça, absorto nos seus pensamentos. E como ficava lindo o anjo, concentrado nas suas músicas e ignorando o boneco de corda, que achava que o amava em segredo!

Naquele momento, o boneco de corda só desejava saber tocar no piano alguma música que o anjo soubesse cantar!... E que bonito dueto ficaria, o anjo com a sua voz e o boneco de corda no piano!...

O boneco de corda voltou a olhar a janela e a ver a neve a cair. Na sala, perdurava o silêncio. Só se ouvia o crepitar da lenha na lareira e, muito suave e ao de leve, como que no fundo de um túnel, a voz do anjo de louça.

Então o boneco de corda levantou-se. Desceu do seu lugar e ficou de pé em cima do teclado preto e branco. E depois foi colocando os pés em cima das teclas, primeiro uma a uma, depois duas a duas, pois que as suas mãos nunca dariam conta de um teclado tão grande. E, do melhor jeito que pôde, começou a improvisar...

Lá fora ruge o vento. A neve cai com mais força e a rua é ameaçadas por um temporal. No entanto, dentro da casa de tijolo, está um boneco de corda ao piano que já não improvisa: canta com os pés... e fá-lo de um modo tão natural que é como se já o tivesse feito há anos... de certo modo já o fazia, mas limitava-se aos pensamentos... E o boneco de corda sente-se como se estivesse a deslizar numa pista de gelo. E, como quem acaba de acordar de um sonho, sorri e tira uma grande e vistosa flor vermelha dos enfeites de Natal e estende-a ao anjo de louça...

A janela da sala abre-se com um estrondo. A neve entra pela sala com o seu vento forte. E, ao pé da lareira, o solitário anjo de louça deixa de cantar. E, para sua felicidade e pela primeira vez, o boneco de corda sentiu um estremecer no coraçõ quando o anjo de louça se voltou para trás e abriu um grande sorriso!...

Mas eis que acontece o impensável! Fugindo do temporal, um gato vadio entrou pela janela aberta e refugiou-se na sala. E, sem tomar consciência do que fazia e porque não pensava nas consequências, atirou-se ao anjo de louça que estava ao pé da lareira: com os dentes arrancou-lhe as asas brancas, com as unhas rasgou as suas vestes e, finalmente, arrancou os seus cabelos de ouro...

O boneco de corda desceu do piano o mais depressa que pôde mas, nesse momento, a família tinha acabado de entrar. Os vários objectos voltaram rapidamente aos seus lugares, As marionetas caíram no chão. A vassoura varreu os bocados de bolachas do forno, sem se queixar e com ar fúnebre. O órgão voltou para o seu lugar no sótão soltando um grave suspiro e as cordas do piano vibraram ao de leve, gemendo...

A mulher viu a janela escancarada e o gato na sala. Com a vassoura, que já estava farta deste género de trabalhos, correu-o de casa.

Mas pobre anjo de louça! Na sua luta pela vida, havia ficado sem asas, vestes, cabelo e desfeito em cacos! E, algures atrás de um pinheiro, havia um boneco de corda que chorava baixinho... e que são as lágrimas, senão a dor da alma que transborda

A mulher saiu da sala para reaparecer, pouco depois, com um saco; com a mão, pegou nos cacos que restavam do anjo de louça e os cabelos espalhados. E varreu-o para o saco.

Num ápice de desespero, o boneco de corda saiu detrás do pinheiro, atirou o violino para o chão e, num último esforço, atirou-se para dentro do saco que a mulher levava para a rua. Lá dentro, a cabeça separada do corpo do anjo de louça, sem cabelos e rachada ao meio, voltou-se para o boneco de corda e verteu lágrimas de vidro, que o boneco lhe enxugava com as mãos.

De repente ficou tudo escuro; a mulher metera o saco no contentor. Largou-o. Ao cair, ouviram-se estalar os cacos do anjo de louça e saltar as molas do boneco de corda...


...A mãe voltou para casa, para varrer a sala que tinha ficado coberta de neve. Gira o disco de vinil, soando uma ária de Bach. O pai assobia o baixo de uma tocatta. Eno final, já sentada no sofá, a mãe reparou numa flor vermelha grande e vistosa que se encontrava no chão. Colocou-a numa jarra. Na volta, sentiu estalar algo debaixo dos seus pés; era um pequeno violino, abandonado no chão. Pegou nele e atirou-o ao fogo. À frente da lareira acesa, ficara um cabelo de ouro...

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Pequena história de Natal

O vento estava cortante lá fora. A neve caía, calma e silenciosamente, na rua que, se antes era em tons de cinzento, agora era tão ou mais branca que as nuvens. Os vidros das janelas tremem. E, sentada numa cadeira na sala de estar, a mãe acabava um lindo bordado que começara fazia pouco tempo.
Como o tempo tinha passado! E ainda se lembrava… Nunca tinha tido tempo para nada, ou, se calhar, nunca tinha dado valor ao tempo.
Concentrada, acaba de bordar um anjo no pano. Quer enchê-lo de anjinhos! Anjinhos como a sua Sofia…
E recordava as vezes em que a segunda filha mais nova, entrando a correr no quarto, lhe pedia ofegante: “Mãe, mãe, vem brincar comigo no parque!” “Agora não, querida, não posso. Mas prometo que amanhã vamos” E quantos amanhãs tinham passado! Naquele momento, se pudesse, iria mesmo brincar com ela no parque…
Como se sente cansada, pousa o pano bordado, guarda as linhas e sobe as escadas. Espreita para cada quarto dos outros filhos. Como se os visse a dormir, abeira-se perto de cada um deles de mansinho e dá-lhes um leve beijo na testa. Puxa-lhes os cobertores, para que estes não tenham frio. E, devagar, fecha-lhes as portas dos quartos. No fim, entra no quarto da Sofia.
Havia deixado tudo como sempre havia estado. Ainda lhe sugeriram que, se não tudo, se desfizesse de algumas coisas, mas resistiu energicamente.
Tocou cada brinquedo e olhou demoradamente cada fotografia. Ao passar, sem querer, foi contra a boneca preferida da filha. Apanhou-a e olhou demoradamente para ela. Era a boneca que lhe havia dado no seu último aniversário e que ela, nos seus últimos tempos de vida, carregava devotamente de um lado para o outro da casa, sem ligar ao esforço, porque, efectivamente, era uma boneca bem grande.
Naquele dia chegara a casa extraordinariamente tarde. Todos já dormiam. Então, com a boneca embrulhada numa caixa, entrara devagarinho no seu quarto. “Parabéns! Trouxe-te esta boneca” A filha, um pouco ensonada, perguntou: “Que horas são?” “Desculpa não ter estado aqui. Mas tive de trabalhar até mais tarde. Quanto mais trabalho arrumava, mais trabalho me surgia…” “Não faz mal” disse Sofia “ eu percebo que, se tivesses mesmo podido, tinhas estado comigo…” “Tomaste o medicamento para as dores de cabeça?” “Sim, mãe, tomei.” “Linda!” E, com um beijo, deitou-a de novo e saiu do quarto. É claro que ninguém imaginava que aquilo fosse mais que umas simples dores de cabeça…
E como sentia saudades dos inúmeros corações de cartão que diziam muitas vezes “Adoro-te, mamã!”…
Pousou a boneca em cima da cama e saiu do quarto. Deitou-se na sua cama e adormeceu…

Chegou o dia 23 de Dezembro. E a primeira coisa que fez foi ir ao cemitério. Pelo caminho, a sua filha mais nova, Rita, havia-a interpelado: “Mãe, posso ir contigo?” “Não, hoje não” Mais um hoje em que não ia. E só não dizia para deixar para amanhã porque tinha medo que este não existisse. Uma vez no cemitério ficou longamente a olhar para a lápide dura e fria que assinalava o local onde se encontrava uma menina pequena, alegre, com lindos olhos azuis e grandes cabelos loiros. Parecia muito triste para tal menina.
E começou a chorar. Agora, sim, tinha tempo. Mas isso não lhe servia de nada, agora…
À noite, contra o que era costume, não foi aos quartos dos outros filhos nem se deitou na sua cama. Antes estendeu-se de bruços na cama de Sofia e voltou a chorar. Que interesse tinha o Natal, se era a primeira vez que o ia passar sem ela?

Sofia entrou, como de costume, a correr no quarto. E pediu, cansada: “Mãe, mãe, vens brincar hoje comigo no parque?”
A mãe levantou-se de um salto. Não podia, aquilo era impossível! Então, Sofia sentou-se no colo dela e abraçou-a dizendo “Não chores, senão também fico triste!” E continuou: “Vens ao parque comigo?” Então a mãe levantou-se. Não, aquilo não era um sonho. E, também, que é que essas coisas importavam agora? Tinha a filha morta à sua frente, com os seus lindo olhos azuis e cabelos loiros a dizer-lhe para não chorar e ir brincar com ela no parque. Para quê pensar muito numa altura como aquelas? Para quê pensar no que é ou não impossível, no que é ou deixa de ser? Limpou as lágrimas à manga da camisola, vestiu um casaco, pegou na filha ao colo para que esta não apanhasse frio aos pés e foi para o parque.
Uma vez lá, Sofia pediu: “Mãe, empurra-me no baloiço!” A mãe ficou a pensar: nunca tinha andado nem empurrado um baloiço. “É fácil! Quando me vires a voltar para trás, a vir de novo contra ti, só tens de dar um empurrão para a frente”. A mãe sorriu. Mas se havia coisa que mais queria era que a filha viesse mesmo contra si; e se pudesse, nunca a deixaria ir para longe…
Quando deixaram de andar de baloiço foram ambas passear de mão dada, pelas ruas, a espreitar as montras escuras cheias de coisas de Natal das lojas fechadas. E, nos vidros embaciados e gelados pela neve, Sofia fazia inúmeros desenhos… Entre eles encontrava-se os típicos corações… Sempre andando, sem olhar a direcções, foram dar ao jardim da cidade, todo coberto de neve, como as outras ruas. Lá, as árvores erguiam para o céu os recortes delgados dos seus troncos e ramos. O lago estava tão gelado e límpido, que reflectia a luz da Lua. E nisto mãe e filha caminharam de mãos dadas pelo jardim, deixando dois pares de pegadas distintos na relva. E, ao de leve, começam a cair flocos de neve…
De súbito, a menina pára. E diz: “Tenho de ir. Estão a chamar-me.” “Quem te está a chamar?” “Os anjinhos… e a avó…” Nisto, a mãe voltou a chorar. Ajoelhou-se aos pés de Sofia e disse “Por favor, não vás! Não quero que te vás embora outra vez!” “Tenho de ir… será que não percebes? Já não pertenço mais aqui. Cada vez que choraste desde que me fui embora também me fizeste chorar a mim… por favor, deixa-me ir…” A mãe, contendo-se, limpou as lágrimas. A filha continuou “Eu estive sempre contigo. E não foi nas coisas que manténs guardadas no meu quarto, mas no teu coração… desfaz-te delas, não as quero lá… e dá a minha boneca à Rita, que sempre gostou muito dela… não quero que penses em mim como uma memória, antes que estou viva e que sou feliz onde quer que esteja… por que é que choras pela minha felicidade? E deixa de ir, pelo menos tão frequentemente, ao cemitério: achavas mesmo que eu me ia deixar por lá? Não é por aí que me vais encontrar…”
Fez-se um momento de silêncio que mais pareceu uma eternidade. E Sofia disse: “Por favor… deixa-me partir… deixa-me ser feliz…” E tornou, abraçando a mãe: “Gosto muito de ti!”

Acordou. Encontrava-se a dormir no sofá da sala. “Deve ter sido apenas um sonho…” pensou, triste. Nisto, meteu a mão no bolso. E, para sua surpresa, tirou de lá um pequeno coração de cartão com a mensagem “Adoro-te” escrita muitas vezes…

Na manhã seguinte, a mãe levou a pequena Rita consigo ao cemitério. Esta levava nos braços a boneca. “A Sofia ia querer que ficasses com ela…” havia-lhe dito a mãe. Depois da ida ao cemitério, ambas foram passear na rua. A mãe ainda olhou para as montras das lojas agora abertas e iluminadas, a ver se restara algum pequeno desenho… mas tal não acontecia.
Ambas se sentaram num dos bancos do jardim da cidade. Então a pequena Rita perguntou: “A Sofia vai voltar?” “Não, querida, nunca mais…” Rita ajeitou a boneca no seu colo. “Gostava de saber onde ela está… Tu sabes?” “Bem… creio que sim…” “Quando é que a vou voltar a ver?” “Algum dia…” “Onde?”
Nesse momento, a mãe havia acabado o último ponto do seu bordado. Estendeu-o sobre o seu colo e, apontado para as figuras presentes no seu bordado, disse: “Estás a ver? É ela; e está lá em cima, no céu… … com estes anjinhos… e a avó…”…

domingo, 21 de dezembro de 2008

"O espaço rural não pode ser entendido como um espaço marginal, mas como um espaço de oportunidades, que garanta a biodiversidade, que promova o mercado de trabalho, fixe a população, crie riqueza através de novas oportunidades de negócio e promova dinâmicas em torno de agentes de desenvolvimento local."

Formas de potencializar o sector agrícola são o emprego de mão-de-obra jovem e com iniciativa, procurar instruir os produtores agrícolas, a fim que possam, no futuro, trabalhar com técnicas agrícolas mais sofisticadas e o emparcelamento, ou seja, com vários campos pequenos fazer um maior, a fim que tenham dimensão suficientepara permitir a utilização de máquinas agrícolas de grande dimensão.
A fomentação de actividades económicas alternativas para as áreas rurais só pode trazer benefícios, tais como a dinamização das regiões, entrada de capital com o qual se poderão construir melhores infra-estruturas, valoriza o património e a tradição das regiões e permite-lhes fazer uso das suas potencialidades endógenas, além de que cria postos de trabalho.
Os objectos da nova PAC relativamente ao desenvolvimento das áreas rurais são desenvolver as regiões utilizando os produtos endógenos dessas mesmas regiões, atenuar o êxodo rural que coloca várias aldeias em risco de desaparecimento, introduzir novas técnicas agrícolas e valorizar, de certo modo, o papel dos produtores agrícolas.

domingo, 14 de dezembro de 2008

LUAR


Levanta os olhos e diz à noite:
Um dia, Paz, hei-de encontrar-te!...
Antes de noutra coisa pensares,
Repete a frase, até caíres cansado...

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Liberdade


Tirana, de coração avarento,
que me manténs em prisão feia e triste
por que é que para ti alegria existe
em criar nas almas fracas sofrimento?

Tirana, que no momento primeiro
no meu cárcere, espreitando, sorriste
conserta esta vida que partiste,
deixa de me querer teu prisioneiro!

Abriste-me a cela com som ruidoso
no fim pude ver um Sol luminoso
e vi-me enfim livre da austera prisão!

Mas de que valeu, então, se em verdade
mesmo que o corpo cante liberdade
a ti estão presos minh'alma e coração?
Foi a 06 de Fevereiro do ano 1608 que nasceu um dos maiores vultos literários portugueses: Padre António Vieira. Apologista da tolerância e direitos dos índios sul-americanosm deu novo brilho ao uso da língua portuguesa, que usou eloquentemente em sua defesa, não se limitando ao púlpito pequeno da igreja, mas a um muito maior: a tribuna de Consílio.
A 13 de Junho de 1654, no Maranhão, Pe. António Vieira elaborou a sua (talvez) mais ousada argumentação: o "Sermão de Santo António aos Peixes". Muito sucintamente, nesse sermão António Vieira mantém a sua posição de defesa daqueles que são vistos inferiores como inferiores pela sociedade e critica os homens, concluindo que deles só deve haver distância.
Herói da língua e da humanidade, nunca vacilou nos seus intentos de luta por uma sociedade mais justa para os oprimidos; sofrendo privações, fugido em terras brasileiras, considerado inimigo do Estado e perseguido pela Inquisição, nunca António Vieira deixou que abafassem a sua voz a favor da tolerância e igualdade.
"Tudo vale a pena quando a alma não é pequena.", lá diz o Poeta. E grande foi a alma do Pe. António Vieira porque grandes foram os seus motivos; e ainda que, na sociedade contemporânea, esta luta pelos direitos dos orpimidos ainda seja actual, António Vieira fica para nós como um ícone da grandeza da vontade humana, de falar e agir; porque, segundo o próprio afirma, palavras leva-as o vento mas as obras, essas, perduram e ficam gravadas na pedra do coração!...

domingo, 30 de novembro de 2008

A estrela


Não nasceu para saber. Às vezes o conhecer magoa.

Uma noite o mar subiu e não poupou a pequena casinha costeira pegada a um farol azul. E levou consigo o pequeno bercinho de folhos.
O bercinho andou à deriva durante toda a noite. E, quem sabe, a criança dentro dele sonhava encontrar-se num pequeno barquinho balouçante nas ondas do mar.
Cresceu numa casa que pensava ser a sua com uma senhora que pensava ser sua mãe. Não foi à escola. Escusavam perguntar-lhe de línguas ou matemáticas ou o quer que fosse. Mas quando se tratava do mar parecia reunir em si todo o saber do mundo.
A sua curiosidade parecia voltar-se para o mar e o céu. Para ele, não havia a terra.
- O que são aqueles pontinhos brilhantes que aparecem quando o céu está escuro?
E a senhora respondia que eram estrelas.
- O que são estrelas?
E lá lhe era explicado com muita calma que as pessoas bondosas, ao fim de algum tempo e ao contrário das outras pessoas que morriam, iam ocupar um lugar no céu. E eram as estrelas.
Uma vez foi assistir à partida de quatro navios. Bem os esperou de volta, mas nunca mais voltaram. Indagou porquê e para onde é que o mar os tinha levado. E a senhora, pacientemente, respondeu:
- Foram para onde tinham de ir.
- E para onde tinham de ir?
- Lembras-te do passarinho que guardaste até aprender a voar? Ao fim de algum tempo, voltou para o ninho onde nasceu sem que antes o tivesse visto. A Natureza é assim.
- E o que tem o mar a ver com isso?
- O mar é uma estrada tipo a que passamos todos os dias para ir à vila trazer pão. A gente pode atravessá-lo. Mas é muito perigoso.
- É possível conseguir atravessá-lo?
- Depende de aonde queres chegar.
E a senhora tornou:
- O mar, muitas vezes, leva as pessoas de volta para casa….

Cresceu mais ainda. Já jovem gostava de olhar as estrelas.
- Já não tens idade para olhar as estrelas…
Uma noite, o mar rugiu mais do que nunca. O vento Sul agitava os vidros da janela com força. Partiu o trinco e a janela abriu. O rapaz levantou-se, vestiu um casaco e saiu. E, por entre ruídos do mar e do vento, ele viu-a.
Hipnotizante e tentadora, o céu ostentava a estrela mais brilhante que ele alguma vez tinha visto.
O rapaz, sempre com os olhos postos na estrela, entrou e voltou a deitar-se.
Mas não conseguia dormir. Volta e meia, todas as noites, encontrava-se à janela, a olhá-la…
E ela lá em cima, convidativa, sempre a chamá-lo…
Sempre a chamá-lo…
E ele ouvia-a dizer o seu nome…
Cada vez mais alto…
E a estrela continuava a chamar…
E ele era tentado pela estrela…
E ele pensava “Deve ter sido uma pessoa muito boa para brilhar tanto…”

Uma noite, não aguentou mais. Esperou que a senhora dormisse, levantou-se, vestiu-se e saiu para a praia. O vento rugia… O mar parecia querer rebentar…
Com habilidade, soltou as cordas de um dos barcos atracados. Abriu as velas, pôs-se ao leme e o barquinho zarpou…
Deixou de ver a costa… Mas continuava a ver a estrela… E seguiu na sua direcção…
De repente, o mar enfureceu-se… Pôde constatá-lo quando viu surgir, atrás de si, uma onda enorme, prestes a derrubar o barco… Com pressa, tentou desviar-se, mas em vão… A onda caiu pesadamente em cima dele e do barquinho…
Rapaz e barco voltaram a endireitar-se, quando vêem outra onda… desta vez, foram mais rápidos… mas o mar não se detinha…
As horas passavam devagar… E vêem-se trovões…
E o barquinho vai agitado sobre as águas do mar… No entanto, desafiando a tempestade, o rapaz mantém-se ao leme…
Estão a chegar ao centro da tempestade… ao longe, os relâmpagos mergulham com um estrondo no oceano e surgem ondas enormes… Mas nem por isso o barco pára…
De repente, acontece o impensável… Um relâmpago luminoso como a estrela que se seguia cai mesmo em cima do barco…

Aquando a alvorada, finalmente acordou… Estava no mar, o mastro caído, as velas queimadas… E, no céu, teimando não desaparecer e coberta pelo nevoeiro, estava a estrela… Que parecia mais próxima…
O rapaz levanta-se, arranja umas velas provisórias e agarra o leme com firmeza… E o barco recomeça a sua viagem…
O rapaz olha a estrela no céu… e a estrela está cada vez mais perto… E, quanto mais avançava, mais o nevoeiro desaparecia…
Por fim, avistou algo… Ao longe, erguia-se um farol azul… ao lado, uma pequena e velha casinha costeira…
E a estrela desapareceu…

UM

... um ano não é nada, pois vivo-o como se tivesse sido hoje...

(26-11-2007)
... o poema fez-se em Outubro de 2008 no ano passado...

http://caldeiradesousa.blogspot.com/2008/10/chave-de-ouro.html

sábado, 29 de novembro de 2008

Olímpiadas menores

Foi esta semana... e agora que tenho tempo passo a redigir...

De manhã levantou-se cedo, como há já muito o tem feito. A meio da manhã, após ingerir a sua quantidade diária de hidratos de carbono, equipou-se com o fato de treino, apertou os atacadores (mas não prendeu o cabelo, esse não, pois gostava dele solto nas costas). Entrou no ginásio, fez o aquecimento do costume e tomou o seu lugar na linha de partida.
Após soar o apito, os seus pés largaram o chão alternadamente. Sabia que não ia aguentar muito tempo... sabia que ao fim de dois minutos estaria completamente de rastos e que nem conseguiria dar mais um passo.
Marcou dois minutos no cronómetro, pois sabia ser esse o tempo máximo que sempre conseguira correr. E a corrida começou...
... Já só faltavam 30 segundos para acabarem os dois minutos e já sentia um peso no peito como se estivessem a dar-lhe marteladas nos pulmões... No entanto, assim que o tempo acabou, pensou para consigo mesma: "e se tentasse mais um minuto?"
Fez mais um esforço e, com efeito, já cambaleante, consegiu os três minutos. Já se sentia contente: conseguiu um minuto a mais! No entanto, não satisfeita, pensou de novo: "e se chegasse aos quatro?"
Deu lanço nos braços para não parar e, para seu espanto, conseguiu os quatro minutos! No entanto, achou que não aguentava mais, mal conseguia respirar, tinha dores nas pernas e doíam-lhe as costas devido à falta de oxigénio. "Acho que vou parar..." pensou...
Nesse momento, distraída como era, começou a pensar em coisas bonitas... pensou no colégio, em música, na academia, Bach, em violinos e pianos, em cravos e órgãos e nas pessoas que mais gostava. E foi precisamente graças a estas últimas que se esqueceu que estava a correr e que mal conseguia respirar e que tinha dores...
Parecia que só haviam passado segundos quando alguém a manda parar, pois distraída como era, continuava a correr. "Desculpe..." começou "não consegui fazer melhor..."
"Qual quê? Conseguiste correr dez minutos!" "Dez?"
Teria corrido dez? No ritmo em que estava ainda aguentava mais alguns...
"Parabéns! Conseguiste correr dez minutos! Fantástico!"
Nesse momento sentiu-se como se tivesse ganho um campeonato. Não que fosse algo de mais, aliás, é coisa banalíssima, os restantes 21 colegas, todos sempre haviam conseguido correr dez minutos... coisa simples, comum... como eu disse: banal...
Mas para ela não foi banal; e, apesar de ninguém ter reparado, feito uma festa, a ter levado em braços ou ter ganho uma medalha, naquele momento sentiu-se atleta de umas olimpíadas menores... e tinha sido a vencedora!

Sei que este texto parece um tanto banal (como os dez minutos!) mas para mim não o é. É que, desculpem os meus caros leitores, é complicado não se sentir feliz após quatro anos a correr um máximo de dois minutos por causa de problemas respiratórios e ter de ficar num banco a ver os outros correr os restantes oito; esta semana não fui para o banco E saltar de dois minutos para dez assim de repente é, segundo as pessoas que souberam, um "grande desenvolvimento". Para mim, é uma grande vitória.
Mas qual terá sido a diferença? Melhor forma física?
Não creio. Dou esta vitória às pessoas que mais gosto, pois foi o facto de eu pensar nelas por elas serem tão especiais para mim que me levou a esquecer as dificuldades...
A minha força física é a mesma; agora o que percebi foi que, mesmo em exercício físico, é essencial a força do coração... perdoem eu só ter chegado agora a esta conclusão tão óbvia, mas nesses assuntos sou como na educação física, um bocado lenta...!
É incrível o bem que fazemos às pessoas que gostam de nós!.... Mesmo quando estamos longe!...
Hoje dei em Composição que, no sistema tonal, uma só nota isolada não quer dizer nem significa nada... se juntarmos mais uma nota, já quer dizer alguma coisa... e se a relacionarmos com várias notas, fará todo o sentido! À primeira vista parece óbvio, mas apesar disso quem já pensou nisto?
Do mesmo modo, por muito grandes que sejamos, nunca seremos grandes sozinhos... pois os outros, embora mais pequenos que nós, unem-se, formando um corpo ainda maior que o meu...
Existir abrange mais que a matéria; existir depende dos outros... são os outros que nos dão a nossa existência.
Sendo assim, todos existimos e não existimos. A tia que morreu há 10 anos existe? Sim, existe. E noutro contexto? Talvez já não...

Estou a alongar-me demais. Resta-me dizer que às vezes somos capazes de coisas impensáveis para algumas pessoas só para alcançar os nossos objectivos... Como disse Fernando Pessoa:

"TUDO VALE A PENA QUANDO A ALMA NÃO É PEQUENA!"

domingo, 23 de novembro de 2008

A PAZ


A Paz... o que é?...
----
Pura beleza aos nossos olhos,
Amor incomparável, o orvalho que
Zela por nós todas as manhãs...

Escolas para idosos

Atente no seguinte texto (este sim, dá que falar):

"A Câmara de Chaves iniciará, em Janeiro de 2008, a implementação de dentros de convívio para idosos, nas 39 escolas do primeiro ciclo que foram encerradas no ano lectivo anterior, quase todas em aldeias rurais. O presidente da autarquia referiu que, no ano lectivo 2007-2008, apenas vão abrir 37 escolas do primeiro ciclo, fechando mais seis estabelecimentos de ensino. De acordo com o autarca, os edifícios escolares terão 'obrigatoriamente' uma finalidade de âmbito social, cultural ou recreativo, sendo a prioridade dada ao apoio aos idosos.
O concelho de Chaves tem 45 mil habitantes, dos quais 8526 têm mais de 65 anos, o que representa cerca de 25% do total da população."

Bem, após a leitura deste breve texto, podemos concluir duas coisas. A primeira é que a falta de escolas nos meior rurais leva ao baixo nível de instrução da população e à saída desta para as grandes cidades, onde este serviço é mais abundante. Mas também há que ver o lado positivo e é de salientar o apoio que se dá à população mais idosa, muitas vezes menosprezada; é uma medida que garante uma melhor qualidade de vida às populações rurais e constitui um estímulo essencial à sua permanência, sendo também uma forma de cativar novos habitantes.
Infelizmente, vai acabar por contribuir para o envelhecimento demográfico da região, pois os jovens saírão devido à falta de escolas (ainda por cima do 1.º ciclo! Estão há espera que a região tenha crianças nos tempos futuros?) e chamarão a si mais idosos devido aos centros de apoio...
Enfim: o ideal teria sido arranjar uma medida que desse conta dos dois problemas (educação das crianças e idosos), mas como o ser humano muitas vezes tem uma mente de soluções limitadas, há que sacrificar uns para dar lugar a outros e não saímos do mesmo sítio. É assim que combatem o êxodo rural?
Falando de meios rurais e como diz o povo:

NÃO SE PODE AGRADAR A GREGOS E TROIANOS.

sábado, 22 de novembro de 2008

GCS --> UM ANO DE VIDA!


(2007-2008)


Agricultura e preservação ambiental

Atente no seguinte texto:

"Na óptica da conservação da Natureza e da biodiversidade, a agricultura surge também como uma realidade incontornável, dado que grande parte dos ecossistemas e espécies a preservar depende quer da manutenção dos sistemas de agricultura com elevado valor natural quer do controlo e mitigação de relações de potencial conflituidade entre certas práticas agrícolas e os objectivos de conservação. A estas várias dimensões da relação entre a agricultura e a preservação do ambiente e recursos naturais acresce o seu contributo fundamental para a conservação e valorização paisagística dos espaços aberto e de outras amenidades rurais.
O reconhecimento desta complexa e estreita interligação agricultura-ambiente conduziu ao progressivo desenvolvimento de políticas públicas, nomeadamente a nível comunitário, noâmbito da PAC, que associam os apoios à agricultura ao seu papel na preservação ambiental.
Assim, tem vindo a reforçar-se, nomeadamente em Portugal, a consciência de que a resposta coerente aos desafios do ordenamento dos espaços rurais, da sustentabilidade ambiental e da viabilidade económica da agricultura deve envolver uma abordagem territorial que valorize a multifuncionalidade da agricultura e a diversificação das opções dos territórios."

Como sugestão de actividades que exemplifiquem, segundo o texto, "a multifuncionalidade da agricultura e a diversificação das opções dos territórios" há a valorização das energias renováveis (que podem ser produzidas no espaço rural ou a partir de produtos de origem florestal) e a preocupação com a preservação dos recursos naturais e do ambiente.

Os espaços rurais como espaços de lazer e turismo

Atente no seguinte texto:

"Neste novo quadro das relações rurais-urbanas, a procura turística dos espaços rurais e dos meios naturais reafirma-se e diversifica-se. Entretanto, constata-se a afirmação de uma oferta comercial de alojamento, restauração e actividades de lazer e animação e algo profissionalizada, capaz de satisfazer estas procuras.
O turismo em espaço rural figura cada vez mais nas estratégias de desenvolvimento regional e local, muitas vezes sem prévia avaliação objectiva e comparativa dos recursos e dos impactes económicos, sociais e ambientais.
Estratégias de desenvolvimento com bases em actividades de turismo em espaço rural são também frequentes entre os empresários locais, tanto agricultores como outros. Ganham mais dinheiro em contextos de maior desemprego feminino, até porque contam com a hospitalidade das donas de casa e as suas capacidades de prestação diária de diferentes serviços de qualidade."

Possíveis efeitos da falta de avaliação prévia das estratégias de desenvolvimento que envolvem o turismo são o alargamento excessivo das capacidades de alojamento, o subaproveitamento do solo agrícola, a especulação fundiária e imobiliária, a falta de formação profissional, a perda do elemento humano e das relações personalizadas e a massificação das formas de turismo mais acessíveis, a degradação dos recursos naturais e a perturbação dos ecossistemas e a desfiguração da paisagem.

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Comércio e serviços: da Baixa Lisboeta às novas centralidades

Atente-se no seguinte texto:

"O centro terciário de comércio ocupa há muito a Baixa. Começu nos anos 60 a migrar para norte pela Avenida da Liberdade e pela Almirante Reis, para, depois de meados dos anos 70, para se fixar na zona das Avenidas Novas, que sofreram uma profunda alteração morfo-funcional com a substituição dos imóveis habitacionais por edifícios de escritórios. A zona do Marquês de Pombal - Avenidas Novas é hoje um verdadeiro bairro de negócios central onde se encontra a maior concentração de serviços às empresas. Entretanto, a Baixa perdeu funções e atractividade deixando de ser o centro da região urbana, para ser apenas um centro. Parte da Administração Pública do País e do município mantém-se nas praças do Comércio - Município, mas a sede do governo e muitos ministérios há anos que se dispersam pela cidade. De modo semelhante, o município de Lisboa tem a maior parte dos serviços fora da Baixa, em larga medida concentrados no Campo Grande.
O centro financeiro que se posicionava imediatamente a norte do centro administrativo está a (re)constituir-se, bem mais a norte no rebordo do centro terciário das avenidas em edifícios modernos, não obstante a permanência de sedes e edifícios de representação dos bancos mais antigos na parte meridional da Baixa."

As novas tendências de localização terciária nos centros urbanos são a disposição dos vários ofícios segundo a sua importância, como sendo as funções menos nobres a ocupar os lugares mais altos e ruas secundárias e as funções de maior prestígio ocuparem o piso térreo e as ruas principais. O comércio grossista ocupa as margens do centro e o comércio retalhista as ruas mais centrais. Muitos serviços têm agora tendência a sair da cidade, procurando áreas de boa acessibilidade, localizando-se nas periferias.

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Friends of the Earth III


"The Earth is not dying - it's being killed. And the people who are killing it have names and addresses." by Utah Philips

I think my home is comfy. All homes must be comfy. But I live on Earth. The Earth is my home. Is it comfy? Organised? Or even clean?
Let's take the Earth as a living organism, that feels pain and that has a soul. Facing that, who are we?
We are the killers of the Earth. Every toxic gases we release and other wastes we release are killing the Earth.
The Earth is alive and we don't understand that. But the Earth is not an only organism, it is the result of a group of living organisms.
The Earth is for all and we must like and preserve what belongs to us. And I think there's a bit far the day in which we will understand that killing the Earth is killing ourselves...

Friends of the Earth II

Recently I've read a text writen by an organisation called "Friends of the Earth"; it describes the bad effects of the global warming and gives some examples of this major problem, like rising of temperatures and sea levels, hotter summers, wetter winters, floods and heat waves...
But with this "climatic crisis", we aren't the true victims; I think they are the poorer countries.
The developing world will be more affected by global warming because they don't have the same conditions that western countries do, they subsist with a market based on agricultural resources which is dependent on the weather so, as the weather is changing, some agricultural products won't be produced and that origins starvation; the western countries transform the sources that come from developing countries; without resources, there's no exports; and without exports, there's no money and they get poorer. And all that (drought and a market based on agricultural resources) leads to infectious diseases that can be spreadly easiy.

I think the aim of the organisation when writing the article was to encourage people to face the problem without so much "glee and reaching for the tanning lotion", because our behaviour is similar to "well, the temperature is getting hotter, there's a global warming, let's see the bright side, I don't like rain, now I can go to the beach more often!" Well, most of us also don't like rain, but I think that, more than hot days, we like to live in a healthy planet. Who doesn't like to live on the planet? We have to choose between hotter days to go to the beach (the problem is that without a planet there's no beach) or have a life with quality and enjoy what the Earth always wanted to offer us; but we don't embrace that opportunitiy.
When writing the text, the organisation wanted to show the other side of the coin, how deadly global warming can be and if the developing countries are suffering a great part of the problem (for now), soon it will come to us; and when it occurs, there's no machine, car or station that can save us.

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Friends of the Earth I

I'm aware of our planet's health, but I don't think we are taking the necessary practical steps to heal it, because many of us think that anyone else will do it for us; it won't make the difference...

QUEM SOU EU?

Nome: Gabriela Caldeira
Local de Nascimento: Porto
Peso: 49
Altura: 1,58
Apelido de infância: Bibi
Qual é a sua maior qualidade? Não ter limites quando é uma boa causa
E seu maior defeito? Ser orgulhosa
Qual é a característica mais importante em um homem? Sensibilidade
E em uma mulher? Uso da razão
Qual é a sua idéia de felicidade? É rir nas piores alturas, pois não somos derrotistas
E o que seria a maior das tragédias? Ver os meus esforços serem em vão
Quem você gostaria de ser se não fosse você mesmo? Um padre
E onde gostaria de viver? À beira-mar
Qual é sua cor favorita? Amarelo
Quais são os seus escritores preferidos? Pessoa, Camões e Sophia de Mello Breyner
E seus cantores ou grupos musicais? Todos, se a letra da música for decente
O que te faz feliz instantaneamente? Sentir o Sol aquecer a pele
Quais dons você gostaria de possuir? Dar vida
Tem medo da morte? Não tenho medo da morte, antes de deixar algo incompleto
Qual defeito é mais fácil de perdoar? Crises de ciúmes
Qual sua maior extravagância? Dormir com música de igreja
Qual sua viagem preferida? A que faço para as aulas
Se pudesse salvar apenas um objeto de um incêndio, qual seria? O MEU PIANO!
Qual é o maior amor de sua vida? TODA A GENTE!
Onde e quando foi mais feliz? Até agora, 16 de Setembro de 1995, na academia
Qual é sua ocupação favorita? Aulas de música
Pensa em ter filhos? Se puder, sim
Quantos? No mínimo três
Um animal de estimação: Três gatos
Uma atividade física: A que faço no teclado do piano, hehehe
Um esporte: Treinar o ouvido
Um prato que sabe fazer: Não gosto de cozinhar...
Uma comida que gosta: Arroz, Bife e batatas fritas, com um copo de leite e pão
Uma invenção tecnológica sem a qual não vive: Rádio
Gasta mais dinheiro com: hãaaa... não gosto de gastar dinheiro
Uma inabilidade: Educação Física (corporal, porque mental, pratico-a sempre...)
O que não faria em nome da vaidade? O que NÃO faria? TUDO!
Uma mania: elevar a Pátria acima de todas, por muito má que esteja
Uma saudade: a minha avó
O primeiro beijo: não me lembro... :x sei que parece impossível, mas esqueci uma coisa dessas...
Passo esta lista de tópicos a todos os que quiserem responder... uma oportunidade para nos conhecermos melhor!

domingo, 16 de novembro de 2008

"À procura do centro perdido"


Atente-se no seguinte texto:

"A crescente fixação de pessoas e empresas, com o consequente aumento na oferta de bens e serviços na periferia, tem contribuído para uma certa estagnação do centro principal. O investimento na rede viária e a maior facilidade de deslocação, acentuada em muitos casos por vias anelares, reforça a acessibilidade de uma periferia, que passa a ser mais central, porque mais próxima e servida de boa parte dos maiores, mais modernos e importantes equipamentos públicos e privados, que se adequam melhor aos novos termos de mobilidade.
No entanto, importa salientar que o processo de desvalorização do centro pode, em si mesmo, criar a oportunidade para a sua revalorização."

Chamamos de CBD (Central Business District) à área central de uma cidade e, simultaneamente, a mais importante. É uma área atractiva para muitos visitantes e fonte de emprego para a população residente.
Apesar de tudo, tem-se assistido a um processo de desvalorização do CBD; este tem como origem:
  • a especulação fundiária - isto é, a sobrevaloriação do custo do solo; deve-se a uma procura de terrenos superior à oferta, o que leva ao aumento dos preços;
  • o congestionamento - como é no CBD que se exercem as principais funções ligadas ao sector terciário, muitas pessoas lá têm os seus empregos, pelo que, sobretudo em horas de ponta, se torna praticamente impossível circular em qualquer meio de transporte, tal é o número de pessoas que aflui ao centro da cidade;
  • a diminuição da acessibilidade "relativa" - isto é, apesar de estarmos perto de um determinado local, demoramos mais tempo que o devido a lá chegar; isto porque a diminuição da acessibilidade "relativa" está relacionada com o congestionamento, que torna determinadas áreas quase impossíveis de acessar por qualquer meio de transporte.

É devido a estes três principais motivos que se assiste, actualmente, a um processo de desvalorização do centro da cidade. No entanto, de que maneira esta situação poderá criar a oportunidade para a revalorização do centro? Parece antagónico. No entanto, é possível devido a duas realidades:

  • a primeira é que, ao mesmo tempo que assistimos à metamorfose do centro em algumas cidades, que se torna abandonado e deprimido, noutras assiste-se a investimentos massivos, tanto da recuperação do património tradicional e histórico como na regeneração urbana, criando um novo centro;
  • a segunda é que, ao assistir-se à desvalorização dos centros urbanos, as políticas urbanísticas vão procurar inverter a situação, implementando medidas que procuram restituir o valor devido ao CBD. Algumas dessas medidas podem ser a organização do trânsito, com a criação de parques de estacionamento, por exemplo; o encerramento ao trânsito de algumas ruas, permitindo que os transeuntes possam circular com maior liberdade e aproveitar melhor os seviços disponibilizados nessas áreas e a implementação de programas e iniciativas com vista a apoiar possíveis projectos cujo objectivo seja a revitalização urbana.

O centro da cidade, ou CBD, mais do que postos de emprego disponíveis, significa o que de mais importante se pode encontrar na região, para não falar que afecta em grande medida as áreas circundantes, independentes mas não alheias a esse mesmo centro. Devido a isto, é que se deve procurar manter o CBD acessível e agradável a todos, visto que a ele convergem, em massa, gentes de outras áreas que, mais do que um emprego ou fontes de recreação, buscam o que hoje se carece em grande escala, não só a nível regional, mas também nacional, que são novas oportunidades e qualidade de vida...







Página de diário ficcional

Terça-feira, 31 de Fevereiro de 25092007

O que é o tempo?

Sou uma guardadora de memórias. Sou da idade do tempo, que não tem idade nenhuma. E para que servem as memórias? Será que a gente esquece porque a razão está toda no cérebro ou porque não queremos esquecer? E será possível uma pessoa que tiver passado por situações horríveis não querer esquecer? Nós controlamos o cérebro ou ele é que nos controla a nós? Se nós controlássemos o cérebro, conseguíamos apagar algumas memórias…
E de que me lembro eu? Terei memória suficiente? Serei eu uma memória para algo de que já não me lembro?
Hoje pensei ter visto o que não vi. E quando vi aquilo que pensava não ter visto, aquilo que eu, na verdade, não vi, desapareceu para eu ver o que era.
Por que é que fiquei triste?
É tão mau quando a Esperança morre!... Dizem que o Homem não vive sem Esperança. Muita gente que diz ter perdido a Esperança está viva. A Esperança morre? Talvez apenas vivamos sem ela…
Por que é que a menina perguntou o meu nome? Porque não me conhecia. Esta é, de facto, uma pergunta simples com uma resposta óbvia.
E o que é uma pergunta simples? Será algo de resposta pouco difícil? Não creio. Existem perguntas simples com respostas difíceis. Então, o que é simples? É o que eu não sou. O que são perguntas simples? São o que eu não faço.
O que é o tempo? Aqui temos uma resposta fácil para uma pergunta difícil. O tempo surgiu na imaginação do Homem para delimitar as coisas. É mais fácil observar na sua totalidade o que é limitado do que o que for ilimitado. O que é a eternidade? É a ausência de tempo. A eternidade existe? Sim! O tempo existe? O tempo, como já disse, foi criado pelo Homem para complicar o que era simples. Não será mais fácil referirmo-nos a apenas uma eternidade do que a dezenas de tempos? O tempo é uma invenção? Sim. As invenções existem? As invenções existem na medida em que o Homem as cria. O Homem cria tempo? Não. Então, o tempo existe?

O que é o tempo? O tempo sou eu. O tempo existe? Não. Então e eu, existo?

domingo, 9 de novembro de 2008

FELICIDADES


Fantasia, maravilhas
Entram por esta porta:
Levam mentes estouvadas
Ilusionam toda a gente
Com o poder
Invisível da alegria
Dá-nos o bem-estar necessitado;
Alegria
Devias
Entrar
Sempre em cada um...

sábado, 8 de novembro de 2008

Estratégias integradas do desenvolvimento rural


A iniciativa LEADER+ tem como objectivo o financiamento de projectos pioneiros para desenvolver as áreas rurais usando produtos endógenos das regiões; isto através da valorização do património natural e cultural de uma região, do reforço do ambiente económico e da melhoria da capacidade organizacional das respectivas comunidades. Pretende mobilizar, reforçar e aperfeiçoar a iniciativa, a organização e as competências locais, melhorar a cooperção entre os territórios rurais, promover a valorização e qualificação das áreas rurais, garantir novas abordagens de desenvolvimento e dinamizar e assegurar a divulgação de saberes e a tranferência de experiências ao nível europeu.

O papel da indústria e dos serviços no desenvolvimento rural

Os efeitos sociais, económicos e ambientais da crianção de postos de trabalho associados aos serviços nas áreas rurais são a atracção e permanência de habitantes, criação de postos de trabalho, melhoria das condições de vida, melhorias económicas pois circula mais dinheiro na região e estimula por via indirecta a modernização do tecido associativo agro-rural de base local e regional; contudo, também é responsável pela poluição, tanto do ar como visual e acentua a desflorestação...

Uma indústria agro-alimentar

Atente-se no seguinte texto:

"A DAI - Sociedade de Desenvolvimento Agro-Industrial, S.A., responsável por um dos maiores projectos agro-industriais em Portugal, tem como actividade principal o fabrico e comercialização de açúcar, bem como dos subprodutos derivados da beterraba sacarina, as polpas e o melaço. A sociedade tem a sua unidade produtiva perto da Vila de Coruche.
Esta unidade fabril tornou-se um grande pólo de recuperação económica da região, tendo criado cerca de 200 postos de trabalho directos e mais de 2000 indirectos, induzindo um desenvolvimento integrado de toda a região.
A beterraba sacarina é uma das culturas mais importantes para a economia das explorações agrícolas na maioria dos países europeus. Em Portugal, apresenta-se como uma alternativa às culturas existentes, com elevado interesse económico e agronómico."

Tendo em conta o texto acima transcrito, os factores que terão atraído a indústria são a mão-de-obra relativamente barata, infra-estruturas e boas acessibilidades, serviços de apoio à acitividade produtiva, proximidade de mercados regionais com alguma importância e medidas de política local e central. Esta indústria vai contribuir para o desenvolvimento das actividades produtoras da matéria-prima, desenvolve os serviços e outras indústrias complementares e aumenta a riqueza produzida. Por conseguinte, acaba por atrair e fixar população.

segunda-feira, 3 de novembro de 2008


I’M SO HAPPY!
I’M SO HAPPY!
I’M SO HAPPY!
I’M SO HAPPY!
I’M SO HAPPY!
I’M SO HAPPY!
I’M SO HAPPY!
I’M SO HAPPY!
I’M SO HAPPY!

domingo, 26 de outubro de 2008

A chave de ouro


Era uma tarde de Outono
De um Novembro bem dourado
E eu carregava uma caixa
Transportada com cuidado.

Uma caixa de madeira
De flores ornamentada
E envolta em veludo
Ia uma chave dourada.

Essa chave, que abria?
Mas que abria, pois, senão
Um pesado, ferrugento
E desditoso coração?

(Coração que abandonas
O teu gosto mais sagrado
Eu tentei deitar-te fora
Pois me eras muito pesado.)

(Estás em estado lastimoso!
Perdoa, coração, perdoa,
Este ser inconformado
Que tantas vezes te magoa!)

Era uma tarde de Outono
Um anjo apareceu do nada
E tentou tirar-me à força
A minha chave dourada.

Quanta pena eu não senti
Desse anjo desgraçado
Pois seu pobre coração
Lhe havia sido tirado!...

Num ápice de compaixão
Eu mesma lhe dei o meu;
Levou-o, deu meia volta
Nunca mais mo devolveu.

Durante dias e dias
Eu tentei viver a jeito
De procurar ocultar
O vazio do meu peito.

Na calçada de uma rua
Encontrei-o abandonado
O meu pobre coração,
Tão desfeito e magoado!...

Estendi-lhe os meus braços
Com cuidado o agarrei
E com medo de o perder
Com mais força o abracei.

Antes de o tomar por meu
Peguei na chave dourada
Quando abri o coração
Dentro não estava nada!

Coloquei-o no meu peito
Com a alma lacrimosa
Pois se lhe haviam espetado
Os espinhos de uma rosa.

Mesmo tendo o coração
Meu peito ficou vazio
E, num lance impulsivo
Atirei a chave ao rio…

(Era uma tarde de Outono
De um Novembro bem dourado
Que me deixou destroçado
Pois para meu desalento
Fiquei com o coração
Sem brilho e ferrugento.)

Permanece a chave d’ouro,
No rio desde essa data
E nunca mais ninguém abriu
O meu coração de lata…

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

A água no século XX: um problema de todos nós

É no âmbito da sensibilização das camadas mais jovens para a preservação do meio ambiente que se segue o seguinte texto, que visa consciencializar e chamar a atenção para um dos elementos essenciais à vida: a água.
A água é dos principais responsáveis para garantir a qualidade de vida humana e preservá-la, não só a ela, mas a todas as outras espécies animais e vegetais que usufruem deste líquido tão precioso e tão barato e cuja contaminação nos fará pagar um preço tão caro!...
Porque a saúde da água não é só problema dos ambientalistas, mas diz respeito a todos os que dela usufruem, sugerem-se algumas medidas que, tomadas por todos, poderão ajudar na sua preservação e utilização sustentáveis:

1. não escovar os dentes e deixar a torneira aberta;
2. reduzir o número de banhos de imersão;
3. regular a rega automática para menos tempo;
4. ajudar na sensibilização para importância da água no meio em que se vive.

Existem muitas outras medidas, mas é sempre bom começar por algum lado, sem pensar que seremos só nós a fazê-lo porque se todos pensassem assim, o mundo não avançava. E porque o futuro da Humanidade são os jovens é desde já necessário que incutam medidas ecológicas e procurem transmiti-las às gerações vindouras, por quem devemos zelar...

Mais do que bens materiais, que melhor herança poderão receber as novas gerações que um planeta limpo, seguro e com qualidade de vida?

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Buena Vista Social Club - impresiones sobre la película

Ayer visionamos en la clase de Español una película que trataba esencialmente de la música cubana, del realizador Win Wenders. Debería ser, entonces, algo más de audición de que propiamente visualización. Pero eso no se confirmó, hasta porque la película mostraba la auténtica realidad cubana: las calles, las personas, sus casas...
En cuanto a mis impresiones: me he quedado un poco espantada, hasta porque los destinos de los turistas son las partes de Cuba, como puedo decir, más "desarrolladas" y la publicidad, por cuestiones de marketing, solo muestra lo agradable.
La película me dio la oportunidad de ver el otro lado de Cuba, con sus calles con edificios, unos cayendo, otros necesitando una remodelación, los interiores de las casas eran pequeños, el mobiliário era una mezcla de aparatos antíguos con otros ya más modernos...
Sí, en el princípio, me ha espantado... pero, después, eso me ha pasado; empezando a "entrar" en el ambiente, hasta me he quedado satisfecha, porque las personas son felices... y su buen humor está presente en su música, muy alegre y, cuando más melancolica, no deja de tener siempre ritmo con una mezcla de buena disposición, hasta porque es una música movida.
Si se quiere encontrar muestras de la existencia de la felicidad, se debe ir a Cuba: ellos parecen más felices que nosotros, en nuestra realidad talvez no tengamos una felicidad "transparente", o sea, verdadera y sin mácula, siempre preocupados con el dinero, nuestros bienes materiales, el empleo y las lamentaciones sobre el sistema político.
No se debe asemejar Cuba a algunos países africanos; en Cuba se puede encontrar la verdadera felicidad, pues tienen lo indispensable para vivir y, más que necesitar de "tener" o "ser", sus prioridades son "vivir" y "sonreír".
... Cuba, la sonreísa del globo...


:)

Parágrafo - a realidade dos agricultores portugueses

"O envelhecimento demográfico dos agricultores condiciona o desenvolvimento da agricultura portuguesa." Com efeito, o nível de instrução dos agricultores, embora tenha vindo a aumentar, é ainda relativamente baixo (só uma pequena parte tem habilitações que vão além do ensino básico); além do mais, a formação profissional da larga maioria dos agricultores continua a ser exclusivamente prática, o que leva a que os agricultores portugueses não tenham experiência suficiente para utilizar técnicas mais avançadas. Os produtores agrícolas são maioritariamente idosos e já não têm tanta capacidade de aprendizagem ou querem ser fiéis aos seus ensinamentos, pelo que não adoptam técnicas agrícolas mais sofisticadas, essenciais ao desenvolvimento agrícola.

domingo, 19 de outubro de 2008

O sonho...

A mulher entrou na sala. Sentou-se. Os seus dedos percorreram, ágeis, as teclas brancas e pretas de um piano escuro. Com o seu sucesso pendente nas bocas dos críticos, foi impossível dizer se correra bem ou mal. Voltaria lá, ao fim de duas semanas.
De facto, na segunda vez, cometeu um ligeiro engano. Não fora coisa grave. Erros, no fim de contas, todos cometemos. A opinião dos críticos foi mais positiva. Era um bom sinal.
Depois de uma noite de êxito aparente, despediu-se e, calmamente, entrou em casa. Assim, sim, era bela a vida! Levou o gato consigo, atirou a roupa para um canto do quarto, vestiu a primeira camisa que encontrou e deitou-se na cama.

Voltou nessa mesma noite. Não que tivesse algo agendado. Mas também não se lembrava de não o ter.
Entrou na sala como de costume. Tudo correu como de costume. Por fim, levantou-se, agradeceu também como de costume e cedeu o seu lugar.
Mas não conseguiu ficar para assistir. Estava num dia de menos paciência. Esperou pelos aplausos e saiu, silenciosa, da sala.
O corredor estava deserto. Decerto, daí a alguns minutos, teria de voltar à sala para dar umas palavrinhas.
Nem teve tempo de pensar. Antes de o ter feito, já uma lâmina fria e aguçada lhe tinha aberto o peito.
Quando acordou, encontrava-se no chão. Teria sido apenas um susto?
Voltou para a sala. Ouviu chamarem o seu nome e encaminhou-se para a frente.
Oh, quanta monstruosidade! Alguém lhe havia aberto o peito e arrancado o coração!
Estática, apavorada, em pé, não se sabendo viva ou morta, a mulher olhava para o grande buraco no seu peito, todo esventrado e remexidas as entranhas. Das veias rotas saíam vários esguichos de sangue que tingiam de vermelho as faces pálidas dos presentes…

Acordou, estremunhada, branca como a parede. Estava em casa, na cama. O gato a seus pés. Num canto, a roupa que havia atirado. Com um suspiro de alívio, colocou a mão direita sobre o coração. Não estava lá.

A Amizade


Qual será melhor?
a pessoa pelo que é
ou aparência que ela tem?
E vós, que respondeis?
Escolhei
e depois
vereis
e aprendereis
que a pessoa vale mais
como é:
não sejais interesseiros,
pois, a maioria das vezes,
o rico é o mais
ignorante.
Igualmente, o mais bonito
é o mais escolhido
de entre todos.
Ninguém
é forçado a gostar
de alguém.
Pois as aparências
iludem.
Então, pois,
mudem,
em termos de escolha.
Se quereis
alguém que ensine,
alguém que animem
alguém que console
e, sobretudo,
alguém que perdoe,
que não magoe,
escolham aquele
que tem a virtude
do Perdão:
só esse tem bom
coração!...

domingo, 12 de outubro de 2008


The night dies sweetly when the sun awakes
and my heart, with joy, happily is singing
It makes no sound and quetly I'm hearing
The beautiful song that a nightingale makes.
-----------
For so big hills, long rivers and deep lakes
I saw the swans with their long necks swimming
And I continued my way, with you, walking
And seeing the trees that the strong wind shakes.
----------------
You gave me to drink your cup of wine.
Your cursed cup that imprisoned a sunshine
The most beautiful sunshine we've ever seen!
------
All these hills belong to me until that side
Day, night, sun, birds, forests, lakes, they're all mine
And if I am their Lord, you will be my Queen!

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Desabafos/pensamentos

Dia seco de imaginação. Falar sobre o quê, não sei. Dia seco de pensamento. Ideias, frases com nexo para pensar em coisas sem nexo. Grande por fora, pequena por dentro... Crescer, não o fiz. Se fiz mal, não sei. A meu ver, melhor serve uma essência de criança num corpo adulto, mais por questões funcionais, pois o corpo adulto tem mais capacidades para lutar pelos seus sonhos... Se eu tivesse um corpo de adulto e uma essência igualmente adulta, o corpo de nada me valia, pois grande parte das mentes adultas conformam-se com a sua realidade e eu sou uma inconformada.
Criança, eu penso no que me apetece. Os mais velhos são autómatos. Há dias a chefe da minha mãe chamou-a à atenção, chamou-a egoísta porque parecia viver para os filhos e não para o trabalho. Eu não quero ser um autómato para servir a sociedade! O ser humano não deve servir a sociedade, deve criar uma sociedade com condições para o servir.
Não quero ser autómato! Não quero ter de trabalhar para luxo de uns e "criar o bem da sociedade", bem esse que, mesmo que exista, não é gozado pelas pessoas que lutaram por ele, pois estão demasiado ocupadas a ser autómatos. O lema actual é: trabalhar para ter, mas tendo, não aproveitar... trabalhar sempre para ter mais mas não ter tempo para aproveitar o que se tem...
A minha mãe quer que eu seja juíza para prender criminosos... mas, por exemplo, entre juíza e professora eu preferia ser professora. Não quero castigar pessoas, prefiro formá-las... assim, os castigo serão desnecessários e a sociedade pode tornar-se melhor...
É tarde... acabo para uma boa noite de sono: o corpo adulto precisa descansar... Mas ainda que o corpo adulto tenha maior força e vigor, é a mente frágil de criança que ergue castelos...

domingo, 5 de outubro de 2008

A agricultura portuguesa: problemas estruturais e oportunidades

"O principais problemas estruturais da agricultura portuguesa dificultam o aproveitamento de muitos pontos fortes que podem favorecer o seu desenvolvimento."

Se não olhássemos apenas à agricultura, podíamos constatar que em tudo acontece situação semelhante: por muito bons que sejamos em algum ofício, se não o trabalharmos ou estudarmos, nada poderemos fazer. Uma pessoa até pode ter jeito para a pintura, mas se não se desenvolver, ficará sempre apenas com as noções básicas.

O mesmo se passa com a agricultura portuguesa. Acontece que Portugal está muito dependente do comércio externo dos produtos agrícolas; nós, portugueses, importamos mais do que exportamos. É raro o produto em que isso não acontece. E, no final, podemos constatar que o balanço comercial português é negativo.

Por muito boas condições que tenhamos, se não tivermos meios capazes de as aproveitar, de nada nos servem. Isto refere-se ao facto de Portugal ter óptimas condições climatéricas, visto termos uma situação geográfica privilegiada, criando ambientes propícios para a agrocultura, em especial mediterrânica. Também se verifica uma crescente utilização da água para a rega e sempre mostrámos potencial na produção de produtos tão variados como azeite, vinho, produtos florestais e produtos horto-agrícolas; a juntar a esse ponto, conseguimos produzir produtos de grande qualidade. E, como todos nós somos "verdes" à nossa maneira, cada vez mais se verifica um aumento no que trata às maneiras ecológicas de produção.

Pois, temos bastantes potencialidades, ainda que achemos, por vezes, que o nosso país não tem condições. Mas estas não podem ser aproveitadas, pois Portugal enfrenta obstáculos que impedem o aproveitamento dos nossos pontos fortes. Um deles é o predomínio de explorações agrícolas de pequena dimensão, o que impede a modernização da agricultura (caracterizada por máquinas de grande envergadura) e produz menos. Outro ponto é, sem dúvida, a demografia: cada vez mais os jovens saem do interior para o litoral e tiram um curso superior (abandono dos espaços rurais), deixando no interior uma população cada vez mais envelhecida e, muitas das vezes, com baixos níveis de alfabetização cuja única profissão a que podem aspirar é a agricultura, visto que têm de ganhar a vida de algum modo e é, muitas vezes, a única profissão que conheceram dos pais. Como os agricultores têm baixa instrução, não se encontram aptos para utilizar técnicas agrícolas mais sofisticadas. Além do mais, temos o facto de as zonas rurais terem um baixo nível de adesão às novas tecnologias. Mas o problema não se encontra apenas nos agricultores: Portugal é um país caracterizado pela falta de competitividade externa, o que leva a que, nos mercados externos, os produtos agrícolas portugueses sejam vistos como de fraca qualidade, ainda que não o sejam. Agora o ponto a que eu acho mais "graça" é o facto de os portugueses não saberem aproveitar bem os solos. Eu explico. Podemos ter o solo A e o solo B. O solo A tem aptidão para , por exemplo, trigo e o solo B tem aptidão para arroz. Ora acontece que os portugueses raramente tomam atenção a isso, sendo bem capazes de no solo A plantar arroz e no solo B, trigo, quando devia ser o contrário. Depois os solos, como têm culturas não muito apropriadas, produzem menos ou podem ainda ficar estragados, o que leva a um aumento do espaço infértil (desertificação).

Ainda que, muitas vezes, o nosso país seja visto como incapaz em muitos sectores, o certo é que nem sempre a culpa é do país. Basta ver pelo exemplo da agricultura portuguesa; a culpa da nossa fraca produção não é do país, ou seja, dos nossos solos ou dos nossos recursos, mas de quem os aproveita. É o meu ponto de vista. Agora sem falar apenas na agricultura, mas sim no geral, na certa podemos encontrar muitas outras potencialidades que o nosso país tem. Se calhar não somos um dos países mais pobres da Europa, pelo contrário, se calhar andamos a portar-nos como meninos ricos que têm demais e, por isso, não aproveitam o que têm. Senão, como se explica o facto de haver países com menos potencialidades que nós e que são mais desenvolvidos? Porque, precisamente por nada terem, criaram um ideal, um ideal de desenvolvimento e que, na certa, custou muito trabalho a ser atingido.

... Talvez o grande problema português seja a falta de ideais, objectivos... Talvez o grande problema português seja o de depositarmos tudo em cima dos políticos e ficarmos de braços cruzados e, quando as coisas acontecem, depositarmos as culpas para os superiores, equecendo-nos que, no país liberal e democrático que é PORTUGAL, quem detém o poder não são os nossos superiores, mas o POVO que os elegeu. Pois desde sempre foi o POVO quem conferiu poderes aos líderes do país.

Vamos deixar de estar sentados e esperar que sejam sempre os outros a fazerem as coisas. Porque, se todos pensarem assim, quem as fará? Vamos, também nós, construir um ideal e trabalhá-lo, e desse modo, criar novas oportunidades para as gerações vindouras. Vamos deixar de adoptar como melhor o que é estrangeiro pelo que é nacional...


VAMOS TORNAR ESTE "CANTINHO À BEIRA MAR PLANTADO" UM POUCO MAIS FLORIDO!

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