terça-feira, 25 de março de 2008

Cançoneta


Hoje é o dia mais feliz da minha vida.

Simplesmente...



Simplesmente o Sol luz sobre mim

com luz doirada e quente

e eu apenas vejo cinza e escuridão

não sinto calor, não sinto frio.

Não sinto, nem vejo, nem oiço...



Hoje é o dia mais feliz da minha vida.

Simplesmente...



Simplesmente não sinto as ervas verdes

nem sinto o aroma das flores

e, por entre nuvens de poeira

e fumos negros asfixiantes

não vejo, nem sinto, nem oiço...



Hoje é o dia mais feliz da minha vida.

Simplesmente...



Simplesmente já não oiço o rio a correr

nem oiço a água agitada da corrente

e, com um rio de sangue rubro e borbulhante

com origem num corpo decomposto e mutilado

não vejo, nem sinto, nem oiço...



Hoje é o dia mais feliz da minha vida.

Simplesmente...



Simplesmente hoje é o dia em que morri.

E basta isso para se tornar o dia mais feliz da minha vida...

1 comentário:

Eu disse...

Mais uma vez um poema triste...
Desculpa lá, mas porquê que para ti morte é sinal de felicidade ?
Olha que tens mais probabilidades de cair do cavalo...


Beijinhos
Parabéns pelo talento /mesmo sendo triste.../

113