sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

O imposto toca a todos

E ainda nos ousamos chamar de sociedade moderna!
Como têm visto pelos assuntos dos textos anteriores, o mundo actual não está assim tão modernizado quanto isso... basta ver que a democracia já vem da antiga Grécia, que as desigualdades sociais já vêm desde que o ser humano tomou sentido de posse, que o conceito de família sempre existiu e que a demagogia nasceu com a democracia... a juntar ao conjunto de práticas rústicas de uma sociedade dita moderna, vou juntar os impostos, também igualmente obsoletos...

(às vezes pergunto-me como podemos ser uma sociedade moderna se as nossas práticas ainda são rudimentares...)

Apesar do título, não me vou centralizar exclusivamente nos impostos, mas sim em tudo o que for responsável pelos nossos gastos excessivos de dinheiro, pelo menos sem que nos demos conta...

Não sei se já repararam, mas se não (e o objectivo é mesmo esse) notem que grande maioria dos preços que vemos terminam em 9... e têm o valor em euros mais saliente e o valor em cêntimos, quase sempre 99, em números mais pequenos. Isto, sim, é uma autêntica armadilha para as pessoas mais distraídas, portanto, aqui vai um conselho: quando forem às compras, olhem primeiro para a direita, ou seja, para os cêntimos (é um dos raros casos em que olhar em frente não é muito benéfico), vão ver que saem da loja com metade da carga com que sairíam se olhassem para a esquerda.

Más notícias para os que não gostam de Matemática: a regra de três simples é essencial nesta altura do campeonato! Isto porque somos capazer que ver, por exemplo, um conjunto de 4 pilhas a, por exemplo, 50 cêntimos (lá longe, onde os sonhos são reais) e outro ao lado, mas um conjunto de 6, por 1 euro. Se formos a usar a tal regra e usarmos princípios de proporcionalidade, no primeiro caso cada pilha poderia valer 12 cêntimos, aproximada e individualmente, logo no segundo conjunto o preço total deveria ser 75 cêntimos, mais coisa menos coisa... logo a compra ideal seria adas 4 pilhas em vez das 6... (infelizmente, muita gente levaria o conjunto de 6).

Comparados com os outros países europeus, Portugal tem salários bastante baixos... e, como se não bastasse, enchem-nos com tantos impostos que já se lhes perde a conta (poderia fazer mais facilmente uma breve descrição dos impostos existentes durante a Idade Média, mas é praticamente impossível memorizar todos os actuais...).

Creio que Portugal segue à letra aquele célebre ditado que diz: "No poupar está o ganho". Mas este ditado só é verdadeiro a nível individual, não nacional... isto porque, se entramos numa crise económica e financeira, a culpa é da não-circulação da moeda, porque as pessoas gastam pouco (porque ganham pouco, efectivamente). Ninguém tem dinheiro para gastar, logo a moeda não circula... e entramos em crise.

Mais uma vez, não me posso alongar... estou numa altura do ano um pouco apertada. Só sei que nem sempre guardando o dinheiro para nós podemos escapar à pobreza...

Precisamente porque o imposto toca a todos.

2 comentários:

Eu disse...

Olá Gabriela :D
É assim eu acho que os impostos são necessários, mas não para sustentar férias dos politicos.
Se formos a ver, com atenção, os preços das coisas, principalmente dos bens essenciais, têm aumentado drasticamente.
Esse dinheiro vai para onde ?
Fica na imaginação de cada pessoa.

Esses preços, enervam-me tanto.
Se é 3.99, equivale a 4 €, porque não é um cêntimo que ajuda no bolso de uma pessoa.
Claro que a nível nacional a economia sente, mas há maneiras mais originais de tentar enganar as pessoas.

Achei piada ao título "O imposto toca a todos", possivelmente relacionaste com o slogan "Reciclar toca a todos".
E eu agora em tom de brincadeira, digo-te que vai dar ao mesmo.
Pois tu pagas os impostos, estes são transferidos para algum bolso, e em seguida transformam-se no que essa pessoa quiser.
É a Regra dos três P's, em vez de R's : pagar, pagar e pagar.


Gostei.

Bjinhos

Débora Val disse...

Por acaso, faço quase sempre essa regra de três simples nos supermercados.

Concordo com os impostos, mas não penso que deveriam ir para o bolso dos políticos ou para o bolso de quem não trabalha. Porque repara, anda-se a trabalhar arduamente e a pagar impostos e depois esses impostos servem como subsídio a quem não faz nada.

Admito que uma coisa é não encontrar emprego e nesta situação é preciso os subsídios; outra coisa é estar no desemprego e não procurar por um trabalho, só porque uma pessoa se dá ao luxo de escolher o que quer e não aceita limpar casas, pois diz que não nasceu para limpar casas. Acho que me fiz entender.

Vivemos numa sociedade dos três P's: pagar, pagar, pagar, como disse a Marta.

Beijos.

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