sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Que acusa a crueldade de uma dama


No meio da noite triste e escura
com o disco lunar redondo, brilhante,
esperançoso, quão dúbio amante,
o terno pássaro, em vão, procura...

As horas passam; a noite continua
perdem-se as penas, os olhos, a vida
a ave jazeu, morta, perdida,
no meio da noite triste e escura...

De cálidas mãos para vil criatura
de urtigas feita, que corta e tortura
de lágrimas claras forma mil defeitos:

eis o rosto daquela que augura
que em pobres rimas mata, enclausura,
meus versos perdidos, meus sonhos desfeitos.

1 comentário:

Eu disse...

Gabriela,

Já conhecia o poema, e devo dizer que quando o leio ocorre-me apenas o negro, tudo nele.
Não é por ser mau, mas por ter nele muita escuridão, o que já é mais que normal nos teus poemas correcto?


Gosto especialmente da última estrofe:
"eis o rosto daquela que augura
que em pobres rimas mata, enclausura,
meus versos perdidos, meus sonhos desfeitos".

C O N T I N U A Ç Ã O

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