
Criança, eu penso no que me apetece. Os mais velhos são autómatos. Há dias a chefe da minha mãe chamou-a à atenção, chamou-a egoísta porque parecia viver para os filhos e não para o trabalho. Eu não quero ser um autómato para servir a sociedade! O ser humano não deve servir a sociedade, deve criar uma sociedade com condições para o servir.
Não quero ser autómato! Não quero ter de trabalhar para luxo de uns e "criar o bem da sociedade", bem esse que, mesmo que exista, não é gozado pelas pessoas que lutaram por ele, pois estão demasiado ocupadas a ser autómatos. O lema actual é: trabalhar para ter, mas tendo, não aproveitar... trabalhar sempre para ter mais mas não ter tempo para aproveitar o que se tem...
A minha mãe quer que eu seja juíza para prender criminosos... mas, por exemplo, entre juíza e professora eu preferia ser professora. Não quero castigar pessoas, prefiro formá-las... assim, os castigo serão desnecessários e a sociedade pode tornar-se melhor...
É tarde... acabo para uma boa noite de sono: o corpo adulto precisa descansar... Mas ainda que o corpo adulto tenha maior força e vigor, é a mente frágil de criança que ergue castelos...
1 comentário:
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dia seco,
de sonhos sem nexo,
mas fértil,
de concertadas ideias,
arquitectando frases,
em sublimes narrativas,
,
marés de amizade, deixo,
,
*
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