
Saraiva Baptista é muito respeitado devido à sua idade e experiência. Tem 67 anos e durante toda a sua vida só teve uma paixão: o conhecimento. Cego pela ambição de saber mais, nunca sentiu curiosidade em fazer parte de outros prazeres da vida, como ter amigos (aliás, os seus contactos limitam-se todos a "conhecidos"), rir de uma piada ou jogar algo. Desconhecendo por completo a rua em que vive, o seu único mundo é um escritório desarrumado e onde pode dar largar à sua incansável actividade como pesquisador. Vive numa época em que ser-se o melhor significa sê-lo em tudo (é uma pessoa do século XVI), pelo que não pretende dar-se ao luxo de distorcer um pouco que seja esse seu objectivo de vida. Nunca está satisfeito com os seus resultados e procura uma perfeição praticamente inexistente no mundo humano. A sua imagem mostra bem o género de pessoa que é: baixo, de olhos azuis e barba branca, com uma vida razoável e é capaz de vestir a mesma roupa um mês inteiro, tão pouca é a sua preocupação em pensar nesses "detalhes mínimos e facultativos para a vida", diz ele. É muito racional, dedica-se à Filosofia e à História, especialmente. Também tem gosto por Ciências Naturais e Geografia. Irrita-se com facilidade e fica frustrado se algo não corre como havia sido idealizado por si.
1 comentário:
O típico intelectual do século XVI.
:)
Sempre é melhor que a maior parte dos intelectuais do dia de hoje: que só percebem de desporto.
Falas aí numa realidade que é muito comum hoje em dia: quase todos os intelectuais não têm amigos. Isso demonstra que a nossa sociedade não dá o devido valor ao conhecimento e à inteligência.
Beijos.
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